Relatório da ONU mostra situação grave em Angola

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Por Agencia Estado
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A guerra civil de 20 anos em Angola deixou um legado sombrio de 4 milhões de pessoas sem teto, dependentes de ajuda do exterior, grandes campos minados, pobreza espalhada pelo país e uma economia em frangalhos, afirmam as Nações Unidas, em relatório publicado hoje. As autoridades angolanas precisam pôr em prática uma administração responsável e lançar um programa de recuperação da economia que inclua parceiros do exterior, afirmou a ONU. O relatório, de 120 páginas, foi elaborado pelas agências da ONU que trabalham em Angola, onde o governo e o grupo rebelde Unita assinaram um acordo de paz seis meses atrás. "Embora o fim da guerra tenha acabado com a principal causa dos problemas do país, a nova situação de paz trouxe à tona uma série de outros problemas relacionados com a guerra e com profundas raízes, que agora precisam ser enfrentados", afirma o texto. Entre os principais problemas de Angola, aponta o relatório, está a desconfiança entre as antigas facções em guerra, a pobreza rural e urbana, o rápido crescimento populacional, a dependência excessiva do petróleo e a ameaça da aids. O relatório também recomendou medidas, incluindo a diversificação econômica, garantindo um Judiciário e uma imprensa independentes, e um papel mais forte para o Parlamento. Grupos internacionais de direitos humanos acusaram o governo, controlado pelo mesmo partido desde que o país tornou-se independente de Portugal em 1975, de corrupção, desmando econômico e atrocidades. Depois da Nigéria, Angola é o maior produtor de petróleo da África sub-saariana. No entanto, a maior parte da renda, proveniente da exploração petrolífera promovida por empresas estrangeiras, foi gasta no esforço de guerra. As agências estrangeiras advertiram recentemente que Angola precisa urgentemente de ajuda humanitária para evitar uma catástrofe.

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