Relatório denuncia abusos contra domésticas nos EUA

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Human Rights Watch (HRW), a maior organização americana de defesa dos direitos humanos, denunciou abusos cometidos contra empregadas domésticas estrangeiras trazidas para os Estados Unidos por empresários, diplomatas e funcionários de organismos internacionais. Em relatório de 56 páginas intitulado Escondidos em Casa: os Abusos contra Empregados Domésticos nos EUA, o HRW afirma que o sistema de vistos especiais criado anos atrás pelo Departamento de Estado para permitir a entrada dessa categoria de trabalhadores deixa-os muitas vezes numa posição vulnerável. Eles acabam totalmente dependentes dos empregadores e expostos a trabalhar longas horas por salários ínfimos, sem maiores proteções legais. Nos casos analisados pelo HRW o salário médio das empregadas era de US$ 2,14 por hora - menos da metade do salário mínimo do país. O relatório foi divulgado nesta sexta-feira, e a íntegra está disponível na Internet, no endereço www.hrw.com . "Os empregadores são, com freqüência, membros de poderosas elites e abusam dos direitos de pessoas que estão entre as menos poderosas", escreveu Carol Pier, autora do estudo. "Trata-se de um grave abuso aos direitos humanos nos EUA, mas que permanece em grande parte escondido do público." Brasileiras As empregadas brasileiras figuram entre as que estão mais sujeitas a essa situação. Em 1998, o último ano para os quais existem dados, as mulheres trazidas do Brasil por diplomatas (visto A-3) e funcionários internacionais (visto G-5) para fazer trabalho doméstico foram o quinto maior grupo, de um total de 3.762 pessoas. No ano passado, o engenheiro paulista René Bonetti foi indiciado por manter sua empregada Hilda dos Santos em regime de semi-servidão por quase 20 anos, num subúrbio de Washington. Ele foi condenado e cumpre pena de seis anos de prisão.

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