Relatório descreve humilhação de detentos em Guantánamo

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Por Agencia Estado
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Um detento foi forçado a se ajoelhar até os joelhos sangrarem, um barbeiro raspou faixas de cabelo da cabeça de prisioneiros e uma interrogadora sentou-se no colo de outro, diz o governo dos EUA no mais detalhado relatório sobre humilhações e abusos impostos a oito suspeitos detidos na base de Guantánamo por forças americanas. Os culpados foram repreendidos, rebaixados ou devolvidos aos centros de treinamento, informa a resposta de 800 páginas dada pelas Forças Armadas americanas à Associated Press. Alegações de maus-tratos em Guantánamo, onde 550 supostos terroristas estão detidos há quase três anos, emergiram após os escândalos de Abu Ghraib, prisão iraquiana onde foram feitas fotografias de espancamentos e humilhações sexuais. Os detalhes sobre Guantánamo surgem no momento em que advogados de alguns dos detentos questionam as provas apresentadas contra seus clientes, dizendo que foram obtidas sob tortura. Apenas quatro dos prisioneiros foram acusados formalmente até agora. A maioria dos prisioneiros de Guantánamo está detida sem ter sido acusada e sem acesso a advogados. O novo comandante da base americana em Cuba diz que suas tropas tratam os detentos de forma humana, e estão sob fiscalização constante. "Ninguém foi maltratado, ninguém foi torturado de modo algum", disse o general Jay Hood. Grupos de direitos humanos têm duas dúvidas. "Estamos certos de que há mais informação lá do que foi liberado", diz James Jaffer da União Americana de Liberdades Civis.

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