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Relatório do Iraque traz "material velho", diz especialista

Por Agencia Estado
Atualização:

As informações constantes na parte da declaração iraquiana referente a armas nucleares são, em sua maioria, "material velho" e somente 300 páginas, em árabe, parecem conter dados novos, disse o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohammed el-Baradei. A Aiea ficou encarregada de analisar as cerca de 2.400 páginas do dossiê, referentes ao programa nuclear. "A nova parte, de 300 páginas, em árabe, cobre o período de 1991 até 2001. Parte disso nós também conhecemos. Mas há informações adicionais que estamos avaliando", disse El-Baradei à imprensa, adiantando que por volta de terça-feira a agência pretende apresentar uma cópia editada do relatório ao Conselho de Segurança da ONU, bem como análises detalhadas. Hoje, os inspetores da ONU vistoriaram uma edificação ao norte de Bagdá, na qual, anos atrás, o Iraque mantinha um projeto de desenvolvimento de bombas atômicas. Os peritos foram a pelo menos oito locais nesta sexta-feira, incluindo um centro de pesquisas da área médica, uma metalúrgica, uma nova fábrica de mísseis e uma indústria fechada de antibióticos. As equipes da Aiea e da ONU intensificaram seu trabalho nesta semana, depois de receberem reforço de pessoal. Os inspetores sofreram um atraso de duas horas para entrar no Centro de Controle de Doenças Transmissíveis, já que algumas salas estavam trancadas, devido ao dia de orações muçulmano. Os funcionários da ONU usaram pela primeira vez o "telefone vermelho" para se comunicar com as autoridades iraquianas; e o impasse foi resolvido com a chegada do general Hossam Mohammed Amin, encarregado dos contatos entre os inspetores e o governo do Iraque. O general havia elogiado nesta semana "o profissionalismo" do pessoal da ONU e da Aiea nas suas vistorias. "Eles mostraram respeito por nossas tradições e valores" (quando suspenderam o trabalho por ocasião das festas do fim do Ramadã), comentou Amin. Para o general, se os inspetores continuarem resistindo à pressão americana e britânica, será ?difícil ser pessimista? sobre a chance de conclusão das inspeções e de evitar-se uma guerra.

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