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Relatório indica sumiço de 190 mil armas no Iraque

Estudo mostra que Pentágono não conhece a localização de grande parte do material militar entregue às forças de segurança iraquianas

Por AP E REUTERS
Atualização:

Um relatório do governo americano indica que o Pentágono desconhece a localização de cerca de 190 mil fuzis AK-47, pistolas e outros equipamentos entregues às forças de segurança iraquianas entre 2004 e 2005. De acordo com o documento - entregue ao Congresso no dia 31 e divulgado em detalhes ontem pela imprensa americana -, teme-se que parte do armamento tenha caído nas mãos dos insurgentes. O relatório do Departamento de Contabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês) indica que militares americanos não sabem o que aconteceu com 30% das armas que os EUA distribuíram às forças iraquianas como parte de um esforço para treinar e equipar as tropas. Desde 2003, os EUA gastaram US$ 19,2 bilhões tentando desenvolver as forças de segurança iraquianas, incluindo pelo menos US$ 2,8 bilhões para a compra de equipamentos. No entanto, o GAO informa que a distribuição das armas foi desorganizada e não seguiu os procedimentos estabelecidos. O Pentágono não contestou o relatório, mas disse que iniciou uma investigação e vai melhorar a fiscalização a partir da entrega das armas. Um funcionário do Pentágono reconheceu que algumas dessas armas provavelmente estão sendo utilizadas contra forças americanas. A analista sênior do Centro de Informação de Defesa Rachel Stohl comentou que o governo do presidente americano, George W. Bush, queixa-se freqüentemente de que o Irã e a Síria estão suprindo os insurgentes, mas dá pouca atenção aos erros dos militares americanos que, inadvertidamente, estariam fazendo o mesmo. "Pouco tem sido feito para cuidar do problema." Numa iniciativa incomum, o programa de treinamento e equipamento de forças iraquianas está sendo administrado pelo Pentágono. Normalmente, os programas tradicionais de apoio à segurança são geridos pelo Departamento de Estado. BOICOTE AO GOVERNO Cinco ministros sunitas do governo iraquiano anunciaram ontem um boicote às reuniões do gabinete do primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nuri al-Maliki. Os ministros, leais ao ex-premiê Ayad Allawi, suspenderam sua participação por causa do fracasso de Maliki em acatar os pedidos de reforma política. O boicote anunciado ontem eleva para 17 o número de ministros que suspenderam a participação no governo de Maliki ou renunciaram este ano. Ontem, um carro-bomba matou pelo menos 33 pessoas - entre elas, 19 crianças - e feriu outras 52 em um ataque numa área residencial de Tal-Afar, no norte do país.

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