Relatórios oficiais sobre massacre nos EUA deixam dúvidas

Presidente da universidade descarta possibilidade de um ataque terrorista

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Por Agencia Estado
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Os relatórios iniciais sobre os tiros na Universidade Politécnica da Virgínia possuem muitas pontas soltas. As autoridades tentam amarrá-las para esclarecer o mais sangrento incidente deste tipo na história dos Estados Unidos. Em entrevista coletiva oferecida poucas horas após o incidente, o presidente da universidade, Charles Steger, confirmou na segunda-feira, 16, a morte de 33 pessoas, entre elas está o agressor. Segundo Steger, o criminoso se matou e "não houve uma troca de tiros entre ele e a polícia". Fontes policiais dizem que de 15 a 30 pessoas ficaram feridas. Fontes médicas afirmam que pelo menos 10 feridos se encontram em estado grave e alguns foram submetidos a cirurgias. Steger não rejeitou de maneira definitiva a possibilidade de um segundo atacante, limitando-se a dizer que as investigações continuam. Ele apenas descartou a possibilidade de terrorismo. "Acredita-se que se tratou de um incidente de caráter interno", disse. A posição é a mesma do FBI (polícia federal americana). "Vamos investigar todas as possibilidades, mas nada indica que tenha sido um ato terrorista", diz um comunicado do órgão. Identificação Uma testemunha dos incidentes disse à imprensa que há um segundo atirador. Ele seria um homem alto, de aparência asiática, que vestia uma jaqueta de couro negro. A polícia ainda não identificou o atirador, e não sabe se era um professor ou um aluno. Mas o chefe da Polícia da Universidade, Wendell Flinchum, disse que já foi feita uma identificação preliminar. As identidades dos mortos e dos feridos também não foi revelada. Segundo Flinchum, a informação só será divulgada após os parentes serem notificados. Armas utilizadas Flinchum também não revelou quais as armas utilizadas, limitando-se a informar que a polícia "está tentando determinar se os dois incidentes estão vinculados e parte da dúvida será esclarecida pelos exames de balística". Duas horas antes dos tiros no salão da faculdade de engenharia, a quase um quilômetro, num dos dormitórios da universidade, tinham sido assassinados dois estudantes. Fontes policiais disseram que o atacante utilizou duas pistolas de 9mm e não levava identificação. Ataque O estudante Derek O´Dell disse à rede de televisão CBS que o homem entrou numa sala durante uma aula de alemão e atirou imediatamente num aluno e num professor, para continuar depois com os outros universitários. "Eu me escondi debaixo de uma escrivaninha", disse O´Dell, que sofreu um ferimento num braço. "Havia entre 15 e 20 pessoas na sala, e ele atirou em 10 ou 15", acrescentou. A Polícia chegou pouco depois ao segundo andar do edifício, onde encontrou o homem morto com um tiro na cabeça. "A universidade foi abalada por uma tragédia de proporções monumentais", disse Steger. O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que o incidente havia afetado todo o país. "As escolas deveriam ser um lugar seguro e um santuário da aprendizagem. Quando se viola esse santuário, o impacto atinge cada sala de aula e cada comunidade dos EUA. Hoje nosso país acompanha na dor aqueles que perderam seus entes queridos", manifestou. O governador da Virgínia, Tim Kaine, declarou o estado de emergência no estado e ordenou que as bandeiras sejam hasteadas a meio pau em sinal de luto.

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