
28 de janeiro de 2020 | 19h22
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o seu plano de paz para o conflito entre Israel e Palestina nesta terça-feira, 28, ao lado do primeiro-ministro interino israelense, Binyamin Netanyahu.
O plano de Trump garante que Israel controle uma Jerusalém unificada como capital e não exige o desmantelamento de nenhum assentamento na Cisjordânia que provocaram indignação palestina e alienaram grande parte do mundo exterior.
Plano de paz de Trump oferece Estado palestino por reconhecimento de assentamentos na Cisjordânia
Os palestinos não participaram das negociações, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, se negou a conversar com Trump na segunda-feira, 27, sobre a proposta.
Relembre as principais datas das negociações diretas entre Israel e palestinos desde as negociações de paz iniciadas em Oslo, em 1993:
Após seis meses de negociações em Oslo, Israel e Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se reconhecem mutuamente e assinam em Washington uma declaração de princípios sobre uma autonomia palestinas transitória de cinco anos. O premiê israelense Yitzhak Rabin e o líder palestino Yasser Arafat trocam um histórico aperto mãos.
Acordo sobre a autonomia de Gaza e Jericó (Cisjordânia) alcançado no Cairo. Israel evacua 70% da Faixa de Gaza e no enclave de Jericó.
Em Washington, o acordo interino (Oslo II) sobre a extensão e a autonomia na Cisjordânia, previa uma série de retiradas israelenses.
Em Wye Plantation (EUA), acordo interino sobre modalidades de uma retirada israelense de 13% da Cisjordânia.
Na cúpula de Camp David (EUA), palestinos e israelenses não avançam na negociação sobre o problema de Jerusalém e dos refugiados de 1948. Dois meses depois começa a segunda Intifada, uma insurreição palestina.
Negociações em Taba (Egito) sobre a base de um plano do presidente americano Bill Clinton. Um mês depois, o primeiro-ministro israelense Ehud Barak é derrotado nas eleições pelo líder da direita Ariel Sharon.
Publicação de um "Mapa do Caminho", elaborada pelo Quarteto sobre o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Europeia, ONU) que prevê a criação de um Estado Palestino até 2005, após o fim da violência palestina e o congelamento da colonização israelense.
Em Anápolis (EUA), Israel e a Autoridade Palestina tentam alcançar um acordo de paz até o final de 2008.
Operação militar israelense na Faixa de Gaza. A Autoridade Palestina se retira das negociações em sinal de protesto.
Em Washington, retomada das negociações diretas. O diálogo entre o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu é interrompido depois que Israel retoma a colonização nos territórios ocupados em 26 de setembro.
Washington é contra o congelamento da colonização como condição para as negociações diretas. Os palestinos continuam exigindo a suspensão total da colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
O presidente americano Barack Obama se pronuncia a favor de um Estado Palestino sobre a base das fronteiras de 1967, que compreendem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Netanyahu descarta a "retirada às linhas de 1967".
Abbas chama Israel à retomada das negociações sobre a base das linhas de antes de junho de 1967, com "mudanças de territórios menores e mutuamente acordados" e do congelamento da colonização, incluindo Jerusalém Oriental anexado, em uma carta a Netanyahu que não teve consequências.
A Liga Árabe reformula sua iniciativa de paz de 2002, validando expressamente o princípio de intercâmbio de territórios entre israelenses e palestinos, sob os auspícios de Washington.
O secretário de Estado americano John Kerry anuncia ter chegado a um acordo para a retomada das negociações entre israelenses e palestinos ao fim de sua sexta viagem à região.
O governo israelense aprova a libertação de presos palestinos, segundo a rádio pública. No dia seguinte se anuncia a retomada de negociações diretas entre ambas as partes, por nove meses.
Israel as suspende em abril de 2014, uma semana antes de vencer o prazo de nove meses, após um anúncio de reconciliação entre os partidos palestinos Fatah e Hamas. /AFP
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