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Relembre: Epidemias do século 21 foram menos mortais que as do século 20

Antes do novo coronavírus, que já fez mais de 100 mil mortos no mundo, o século 21 experimentou outras epidemias, mas menos fatais do que as do século anterior

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Por Redação
Atualização:

PARIS - Antes do novo coronavírus, que já fez mais de 100 mil mortos no mundo, o século 21 experimentou outras epidemias, mas menos fatais do que as do século anterior.

As principais epidemias do século 21:

2013-2016 e desde 2018: ebola no oeste da África

O vírus ebola, identificado pela primeira vez em 1976, causou entre o fim de 2013 e março de 2016 uma epidemia de febre hemorrágica na Guiné, Serra Leoa e Libéria. É um vírus menos contagioso que outros, mas com uma taxa de letalidade muito alta: 50%.

Saldo: 11,3 mil mortos

Funcionários da Cruz Vermelha retiram o corpo de uma vítima de Ebola em Monróvia, na Libéria Foto: Zoom Dosso/AFP

O vírus reapareceu em agosto de 2018 no leste da República Democrática do Congo. Após 52 dias sem casos, a RDC declararia em 13 de abril de 2020 o fim da epidemia, mas houve outra morte e será necessário esperar pelo menos 40 dias para ter certeza de que ela terminou.

Saldo: pelo menos 2.273 mortos

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2009-2010: gripe A (H1N1)

Saldo: 18,5 mil mortes de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)

Segundo a revista médica The Lancet, o número é muito mais elevado, entre 151.700 e 575.400. A gripe, chamada primeiro de gripe suína pela OMS, apareceu no México em março de 2009. Em 11 de junho, foi declarada uma pandemia, mas acabou sendo muito menos mortal do que o esperado.

Pandemia da gripe H1N1 foi declarada em 2009 Foto: REUTERS

Vários países organizaram campanhas massivas de vacinação, mas foram posteriormente criticados, assim como a OMS, por mobilização excessiva, levando em consideração que a gripe sazonal mata entre 250 mil e 500 mil pessoas por ano (dados da OMS).

2002-2003: Sars

Saldo: 774 mortos

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) apareceu em 2002 no sul da China. Foi transmitida do morcego para o homem pela da civeta, um mamífero selvagem que é vendido vivo nos mercados chineses. 

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A Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) surgiu em morcegos Foto: Ecohealth Alliance / Nature

A Sars, altamente contagiosa e que pode provocar pneumonia fatal, afetou Hong Kong em particular (80% dos casos) e 30 outros países, mas com um número limitado de vítimas e uma taxa de mortalidade de 9,5%.

2003-2004: gripe aviária

Saldo: 400 mortos

Afetou primeiro as criações de frango em Hong Kong e depois foi transmitida para o humano, mas fez um número limitado de  vítimas.

As grandes epidemias do século 20

De 1981 até o presente: aids

Saldo: 32 milhões de mortes, de acordo com Unaids

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Em 2018, cerca de 770 mil pessoas morreram de doenças relacionadas ao HIV, que afeta o sistema imunológico. Hoje, 24,5 milhões de pessoas têm acesso a tratamentos antirretrovirais para a aids.

O laço vermelho virou símbolo da campanha que alerta para a prevenção da aids Foto: Navesh Chitrakar/Reuters

1968-1970: gripe de Hong Kong

Saldo: 1 milhão de mortos (número do Centro americano para Controle e Prevenção de Doenças, CDC)

Entre 1968 e 1970, esta doença, que matava crianças, surgiu na Ásia e chegou aos Estados Unidos e depois à Europa. É considerada a primeira pandemia moderna porque se espalhou graças ao rápido transporte aéreo.

1957-1958: gripe asiática 

Saldo: 1,1 milhão de mortes (números do CDC)

O vírus, que provocava sérios problemas pulmonares, apareceu na China em fevereiro de 1957 e, após vários meses, se espalhou pelos Estados Unidos e Europa. As principais vítimas eram pessoas idosas.

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1918-1919: gripe espanhola

Saldo: até 50 milhões de mortos (números do CDC).

Enfermaria do hospital provisório da Escola Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, em 1918 Foto: Acervo Biblioteca Guita e José Mindlin

Essa gripe chamada "espanhola", ativa em 1918 e 1919, é considerada a mais mortal da história em um período tão curto. Deixou cinco vezes mais mortos do que as batalhas da 1ª Guerra. Foi detectada pela primeira vez nos EUA e depois se espalhou pela Europa e pelo mundo. Sua taxa de mortalidade era superior a 2,5%, de acordo com o CDC. /AFP

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