
26 de junho de 2019 | 16h11
Em 25 de junho, a imagem da pequena Valeria, de 1 ano e 11 meses, agarrada ao pescoço do pai às margens do Rio Bravo, na fronteira entre México e Estados Unidos, onde ambos morreram afogados dois dias antes, chocou o mundo e foi considerada um reflexo do drama dos migrantes que se arriscam para chegar ao território americano em busca de oportunidades no mercado de trabalho. Os salvadorenhos deixaram seu país de origem 2 meses antes e tentavam cruzar a fronteira dos EUA quando foram surpreendidos pela correnteza.
A foto do pequeno Omran, de 5 anos, com o rosto coberto de sangue e pó após ficar ferido durante os bombardeios à cidade de Alepo, percorreu o mundo e destacou o drama vivido pelo s civis em razão do conflito que já dura mais de sete anos na Síria. Meses depois, ele apareceu saudável, em uma espécie de 'guerra de imagens' promovidas por Rússia e Síria contra os EUA.
Em setembro de 2015, um grupo de pelo menos 12 imigrantes sírios morreu na tentativa de cruzar o Mar Egeu e chegar à Grécia. Eles fugiam do Estado Islâmico e da guerra civil no país. Entre os mortos, estava Aylan Kurdi, de apenas 2 anos, que foi encontrado na praia de Bodrum, no sudeste da Turquia. A imagem de Aylan rodou o mundo e chamou atenção para os reflexos da guerra civil síria.
Hudea, uma criança síria de apenas 4 anos, fugiu de Hama junto com a mãe e os dois irmãos. A cidade foi palco de intensos conflitos entre o governo de Bashar Assad e a oposição durante a guerra civil síria, que se arrasta há mais de quatro anos.
Ela chegou com a família a um campo de refugiados próximo à fronteira com a Turquia. Em dezembro de 2014, o fotógrafo turco Osman Sagirli visitou o campo e tirou uma foto da garota. "Eu usei uma lente de telefoto e ela pensou que fosse uma arma".
Em uma base do Exército americano no Iraque perto de An Najaf, um homem iraquiano tenta confortar seu filho de apenas 4 anos depois de a criança ficar aterrorizado com as ordens de algemarem e encapuzarem seu pai. Um soldado americano atendeu o pedido do homem e retirou a algema para que ele pudesse acalmar seu filho. Não se sabe o que aconteceu com o adulto e com a criança retratados na imagem.
Vencedora do Prêmio Pulitzer em 1994, a foto tirada pelo fotógrafo Kevin Carter é uma das mais famosas da história. Retrata da fome e a subnutrição a que estavam expostas a populaç ão do Sudão, durante a Segunda Guerra Civil Sudanesa (1983-2005).
O registro é de 1993 e mostra um abutre esperando a morte de uma criança debilitada pela fome. Carter sucumbiu ao julgamento público, que o condenou por não ter ajudado a criança. Ele se suicidou no ano seguinte, aos 33 anos.
Phan Thi Kim Phuc aparece nua, no centro da foto, fugindo de um bombardeio no vilarejo de Trang Bang, no sul do Vietnã. Uma bomba, que continha um agente químico, o napalm, também chamado de 'agente laranja', foi lançada por soldados do Vietnã do Sul contra tropas norte-vietnamitas durante a Guerra do Vietnã.
A operação foi coordenada por militares americanos, ainda que Washington jamais tenha admitido seu envolvimento. Phan sobreviveu, mas teve 65% do corpo queimado. Ao Estado, ela relembrou que depois de tirar a foto, Nick Ut a salvou.
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