
18 de setembro de 2019 | 06h00
JERUSALÉM - Atual primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu foi o homem mais jovem a ocupar o cargo, de 1996 a 1999. Dez anos depois, em 2009, foi eleito novamente. Agora, ele busca seu quinto mandato e quarto consecutivo, o que tornaria sua gestão a mais longa da história do país. Seu governo foi marcado por polêmicas, alianças e conflitos sangrentos.
Em 31 de março de 2009, o líder do partido Likud, Binyamin Netanyahu, que já havia sido chefe de governo entre 1996 e 1999, é eleito novamente primeiro-ministro. Ele substitui Ehud Olmert, acusado de corrupção.
Apesar da participação de ministros trabalhistas, o governo de coalizão é de direita, com a participação do ultranacionalista Avigdor Lieberman, do partido Israel Beiteinou.
Em 2013, Netanyahu reúne em sua nova gestão representantes de partidos de direita e nacionalistas religiosos, como Likud e Lar Judeu. O governo não inclui representantes dos partidos religiosos ultraortodoxos.
Em julho de 2014, Israel lança a operação Limite Protetor contra a Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas. O objetivo era deter o lançamento de foguetes e destruir os túneis cavados a partir do território palestino. "O Hamas escolheu continuar a lutar e pagará o preço por essa decisão", afirmou na época.
A guerra termina com 2.251 palestinos mortos — a maioria civis — e 74 israelenses, quase todos soldados.
Em 15 de maio de 2015, Netanyahu toma posse do seu quarto governo que, desta vez, inclui ministros ultraortodoxos. Um ano depois, após um acordo de coalizão com o partido ultranacionalista Israel Beiteinou, Avigdor Lieberman assume o Ministério da Defesa. O país passa a ter o governo mais à direita de sua história.
Em 24 de janeiro de 2017, Israel aprova a construção de 2.500 casas nos assentamentos da Cisjordânia e mais 560 nos assentamentos de Jerusalém Leste. Em 20 de junho, Israel inicia a construção do assentamento de Amichai, a primeira colônia construída a partir do zero desde 1991.
Em 6 de dezembro de 2017, o presidente americano Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel. A decisão provoca a rejeição da comunidade internacional e a ira dos palestinos, que desejam ver Jerusalém Oriental um dia como a capital do Estado que aspiram.
Para o presidente palestino Mahmud Abbas, Washington não pode mais desempenhar o papel de mediador em futuras negociações de paz.
Outra decisão polêmica de Trump foi o reconhecimento em março da soberania israelense sobre a parte das Colinas do Golan ocupada por Israel em 1967 e anexada em 1981.
Em 30 de março de 2018, uma "grande marcha de retorno" teve início na Faixa de de Gaza para pedir a volta dos palestinos expulsos de suas terras ou que fugiram no momento da criação de Israel em 1948. Em 14 de maio, a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém coincidiu com um banho de sangue.
Em novembro de 2018, Avigdor Lieberman reununciou após um acordo de cessar-fogo com os grupos palestinos. Desde março, pelo menos 308 palestinos morreram em operações do Exército israelense.
Em fevereiro de 2019, o procurador-geral de Israel informou a Netanyahu sobre a intenção de acusá-lo de corrupção, fraude e abuso de confiança. Desde então, ele adiou para outubro a data do depoimento de Netanyahu, que pode resultar em uma acusação formal.
Em 9 de abril, após eleições legislativas, o Likud e o partido de centro-direita do general Benny Gantz, conquistam 35 cadeiras, cada, das 120 do Parlamento. Em 17 de abril, o presidente Reuven Rivlin solicitou a Netanyahu a formação de um governo.
Mas em 29 de maio, diante de sua incapacidade de construir uma coalizão, o Parlamento aprova a própria dissolução e novas eleições são convocadas para 17 de setembro. O primeiro-ministro preferiu uma nova votação a que o presidente solicitasse a outro político a tarefa de formar uma coalizão. / AFP
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