Remédio pode ter matado mais de 200 pessoas no Panamá

Sete funcionários da fábrica suspeita de ser a responsável pelas mortes foram presos

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Por Agencia Estado
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As mortes causadas pelo consumo de remédios contaminados da Caixa de Seguro Social (CSS) do Panamá podem ser mais de 200, segundo as denúncias apresentadas ao Ministério Público (MP), informou nesta terça-feira uma fonte judicial. O promotor superior do MP, Dimas Guevara, disse à imprensa que seu escritório já recebeu um total de 240 relatos de pessoas que ficaram doentes após o consumo de remédios contaminados com um álcool industrial. Do total, 220 morreram. Os casos de morte foram denunciados por pessoas que compareceram ao MP, para informar de parentes "que de uma ou outra maneira tomaram o tóxico". Entre os casos, todos na capital, está o de um detido que consumiu um dos remédios contaminados com dietilenoglicol. Os denunciantes levaram documentos "que estabelecem o mesmo sintoma, as mesmas causas que, no entanto, precisam ser analisadas pelo Instituto Médico Legal", segundo Guevara. A maioria de pessoas apresentou "os mesmos sintomas de problemas nos rins", causados pelos remédios contaminados. Com a morte de três pessoas nos últimos dias devido ao consumo de remédios com dietilenoglicol (um álcool para uso industrial), chegou a 48 o número oficial de mortes. O Comitê Técnico do Ministério da Saúde e da CSS informou em comunicado que as últimas três mortes da Síndrome de Insuficiência Renal Aguda (Sira) aconteceram entre 27 de novembro e 4 de dezembro. Após várias semanas de incerteza e das primeiras seis mortes, em 6 de outubro, as investigações determinaram a presença do dietilenoglicol em quatro produtos do laboratório da CSS. O Ministério Público acusou de crimes contra a saúde pública os diretores da empresa panamenha Medicom, importadora da matéria-prima contaminada e utilizada na elaboração dos remédios. Até agora foram detidas sete pessoas: quatro chefes do Laboratório de Produção de Remédios da CSS e três do Grupo Medicom. A empresa panamenha anunciou que vai processar a companhia Rasfer Internacional por fraude, por supostamente ter vendido dietilenoglicol em vez do pedido original de glicerina pura.

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