Renúncia de Korei ameaça ainda mais o "mapa da paz"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Após dias de disputas com o líder palestino, Yasser Arafat, o novo primeiro-ministro Ahmed Korei anunciou que pretende deixar seu cargo nas próximas semanas, encerrando as esperanças de reviver o plano de paz patrocinado pelos EUA. Entretanto, Korei amenizou sua retórica, deixando aberta a possibilidade de que um acordo possa ser obtido para que ele permaneça no cargo. A tensão entre Arafat e Korei reflete o desacordo sobre a quantidade de controle que o presidente da Autoridade Palestina quer manter sobre as Forças Armadas palestinas, assim como sobre procedimentos e questões pessoais. Israel e EUA insistem que Arafat deve renunciar, acusando-o de estar ligado ao terrorismo. Os palestinos negam as acusações e destacam que Arafat é seu presidente eleito, apesar de seu mandato, obtido em 1996, ter formalmente vencido. Korei, de 66 anos, designado para o cargo por Arafat cinco semanas atrás, disse que sairá do governo quando expirar o prazo de 30 dias do governo de emergência em vigor, decretado no dia 5 pelo líder palestino. Depois dessa data, Arafat terá de buscar um novo líder para dirigir o Executivo palestino. Se Korei partir, será o segundo primeiro-ministro a deixar o cargo em meio a disputas com Arafat, criando dúvidas sobre se o presidente palestino está disposto a abrir mão de poderes suficientes para permitir que qualquer chefe de governo possa trabalhar. O cargo de primeiro-ministro foi criado pela Autoridade Palestina no começo deste ano por pressões dos EUA e Israel, que buscam marginalizar Arafat e obter um novo e mais aceitável parceiro para negociar com o governo israelense.

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