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Repressão a protestos anti-governo no Bahrein deixa mortos e feridos

Ativistas islâmicos xiitas estavam reunidos na praça central da capital e foram reprimidos com tanques, gás lacrimogêneo e tanques.

Por BBC Brasil
Atualização:

Manifestantes são contra a presença de soldados sauditas As forças de segurança do Bahrein reprimiram com violência um protesto na praça da Pérola, na região central da capital, Manama, realizado por manifestantes anti-governo que estavam acampados no local há duas semanas. A repressão aos ativistas nesta quarta-feira matou pelo menos duas pessoas. Na terça, confrontos entre partidários da oposição e forças policiais deixaram ao menos outras duas pessoas mortas e 200 feridos. Nesta quarta, os policiais usaram contra os manifestantes bombas de gás lacrimogêneo, canhões de água, tanques e helicópteros. Há relatos de que eles também teriam disparado contra a multidão. Os manifestantes, em sua maioria muçulmanos xiitas - vêm pedindo reformas políticas e igualdade de direitos em relação à elite política do país, formada por islâmicos sunitas. Os monarcas sunitas do Bahrein declararam lei marcial e recorreram a cerca de mil soldados vindos da vizinha Arábia Saudita, também governada por uma monarquia sunita. Os ativistas também protestaram contra a presença de soldados sauditas no país, que consideram uma ingerência indevida de um país estrangeiro em assuntos do Bahrein e se reuniram em frente à embaixada da Arábia Saudita. Zona de guerra Um líder da oposição afirmou que pelo menos cinco pessoas morreram durante a ação policial na praça da Pérola. Ele acrescentou que o local parecia uma zona de guerra. Os manifestantes haviam montado barricadas, que não foram capazes de fazer frente aos militares. Helicópteros vêm sobrevoando a praça e vê-se uma densa camada de fumaça saindo do local. Há relatos de que alguns manifestantes usaram coquetéis molotov contra as forças de segurança, mas a polícia agora controla as ruas que levam à praça da Pérola, que passou a ser o local símbolo do movimento de oposição. Tiros foram ouvidos em outras partes da capital, e soldados estão cercando o hospital Salmaniya, o principal da região. Em entrevista à enviada especial da BBC, Caroline Hawley, um médico que trabalha no hospital disse que não está sendo autorizada a entrada e a saída de ninguém, nem mesmo dos funcionários que trabalham com as ambulâncias. Há relatos de que os feridos estão sendo tratados em mesquitas e residências. De acordo com a repórter da BBC, a capital está parada e postos de controle da polícia tornam o deslocamento praticamente impossível. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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