20 de maio de 2011 | 18h30
BEIRUTE - Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas da Síria nesta sexta-feira, 20, para protestar novamente contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Mais uma vez, as tropas do governo foram acionadas para reprimir os manifestantes e os confrontos deixaram ao menos 27 mortos, segundo ativistas.
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A revolta na Síria já dura dois meses e, mesmo com o governo usando atiradores de elite e tanques contra as marchas pacíficas, os manifestantes afirmam que não abandonarão a causa e garantem que a força dos protestos aumenta. "Nós, como jovens ativistas, estamos muito otimistas", disse um deles, que preferiu não se identificar.
Testemunhas disseram que houve protestos nas cidades de Homs e Hama, no centro do país, além de subúrbios da capital Damasco e nas áreas portuárias de Banias e Latakia. Também aconteceram marchas em Aleppo, a segunda maior cidade do país.
De acordo com o Observatório Sírio para Direitos Humanos, dez pessoas foram mortas em Homs, outras 11 em Maaret al-Numan (perto de Aleppo), uma em Latakia, duas na cidade de Deir el-Zour (no nordeste do país), uma em dois vilarejos do sul e uma em Daraya (subúrbio de Damasco). Um menino de 10 anos está entre os mortos de Homs.
A repressão contra os manifestantes continua apesar da pressão da comunidade internacional sobre Bashar al-Assad. No início da semana, os EUA aprovaram sanções contra o presidente e seus aliados, enquanto na sexta, o presidente americano, Barack Obama, disse na quinta que o líder sírio deve "promover reformas democráticas ou sair do caminho".
Segundo ativistas, mais de 850 pessoas já morreram nos confrontos. Os manifestantes pedem mais abertura política e o fim do regime de Assad, que já dura mais de uma década. O governo culpa "grupos armados" pela violência contra os protestos pacíficos.
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