República Dominicana prende oito suspeitos de receber propina da Odebrecht

Um ministro e outros sete ex-membros de governos do país foram detidos após delações da empresa serem repassadas à Justiça do país

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Atualização:

SANTO DOMINGO - Um ministro e outras sete pessoas - entre elas vários ex-funcionários - foram detidos nesta segunda-feira na República Dominicana pelo caso dos propinas da empreiteira Odebrecht, informou a Procuradoria-Geral.

As detenções foram realizadas nas primeiras horas da manhã em Santo Domingo, em operações simultâneas, e incluem o atual ministro da Indústria e do Comércio, Juan Temístocles Montás, disse à AFP uma fonte do organismo.

Bancos ganharam comissões para esconder dinheiro e fazer pagamento de propinas para a Odebrecht, delata ex-executivo da Odebrecht Foto: JF Diório/Estadão

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Montás foi anteriormente ministro da Economia, Planejamento e Desenvolvimento nos governos de Leonel Fernández (2004-2008 e 2008-2012) e no primeiro mandato do atual presidente, Danilo Medina (2012-2016).

As propinas da Odebrecht na República Dominicana ultrapassaram os 92 milhões de dólares de 2001 até 2014, segundo a própria empresa.

Também foram presos o ex-ministro de Obras Públicas Víctor Diás Rúa e o ex-vice-presidente da Corporação de Empresas Elétricas Estatais (CDEEE) Radhamés Segura, que ocupou cargos durante os governos de Fernández.

Andrés Bautista, presidente do Partido Revolucionário Moderno (PRM), principal grupo opositor, o ex-deputado Ruddy González e o encarregado comercial da empreiteira no país, Ángel Rondón, destacam-se igualmente entre os detidos.

Do governo de Hipólito Mejía (2000-2004), foi privado de liberdade o ex-diretor da CDEEE e do Instituto Nacional de Águas Potáveis e Redes de Esgoto (Inapa), César Sánchez. Os detidos permanecem na prisão do Palácio da Justiça de Ciudad Nueva, na capital, enquanto não se apresentam para um juiz.

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Em 17 de maio, a Procuradoria informou que recebeu oficialmente do Brasil as delações do caso Odebrecht relativas à República Dominicana e que iriam compará-las com as informações dadas pela empresa a nível local e com as levantadas durante interrogatórios de vários dos processados.

Segundo os dados revelados pela Odebrecht, a República Dominicana é o terceiro país onde mais propinas foram pagas para conseguir licitações de obras e favores, com 92 milhões de dólares, ficando atrás somente do Brasil, com 349 milhões de dólares, e da Venezuela, com 98 milhões de dólares. Na República Dominicana, a empresa foi contratada para realizar pelo menos 16 obras. Não se descartam novas detenções nas próximas horas./ AFP