06 de outubro de 2012 | 03h01
Franklin Kinchen, 45 anos, eleitor democrata de Peytona, no Estado de Virgínia Ocidental, está desempregado desde abril. Ex-operador de equipamentos de mineração da Patriot Coal Corporation, onde trabalhara por três anos, ele quer se mudar para outro Estado e diz que não vota em Barack Obama. "Ele declarou guerra ao carvão antes mesmo de ser eleito", resumiu.
Se há um lugar onde o presidente dos EUA não pode pisar é na chamada "América do carvão", nos Estados de Kentucky, Virgínia Ocidental e algumas áreas de Ohio, Tennessee, Virgínia e Pensilvânia, onde se localizam imensas reservas de carvão mineral.
O republicano Mitt Romney escolheu justamente uma cidade carvoeira da Virgínia, Abingdon, para seu comício de ontem, dia em que foi divulgada a taxa de desemprego mais baixa desde janeiro de 2009. "Isso não é o que uma recuperação deveria ser", afirmou Romney, ao insistir não "ser real" a taxa de desemprego de setembro, de 7,8%. "A razão primária da queda do desemprego é que mais e mais pessoas estão desistindo de procurar trabalho."
Críticas. Romney insistiu, em Abingdon, que a criação de empregos no país é sua prioridade. Virgínia é um dos Estados onde a eleição ainda está indefinida - embora pesquisas mostrem o crescimento de Romney.
"Temos de tirar vantagem do carvão abundante e barato", afirmou o republicano, para lembrar, em seguida, a frase que transformou Obama em inimigo dos mineiros. Na campanha de 2008, o democrata se declarou a favor da adoção de políticas de redução das emissões de gases estufa.
O mais novo anúncio de Romney veiculado nas redes de TV da região relembra a frase de Obama. "O presidente Obama move uma guerra contra o carvão enquanto nós perdemos empregos para a China. Nós não podemos lhe dar mais quatro anos", conclui o comercial. / D.C.M
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