
29 de agosto de 2012 | 03h00
As agências meteorológicas previam para a noite de ontem (madrugada de hoje no Brasil) a chegada do Isaac e temiam a repetição de um cenário como o do Katrina, que devastou a região em 2005 e provocou mais de 1.800 mortes.
Na cidade de Tampa, onde o Partido Republicano confirmou ontem com grande fanfarra a candidatura de Romney, o furacão provocou uma baixa antecipada. A convenção que buscava lançar a campanha acabou saindo das manchetes de jornais, TVs, rádios e sites de notícia, tomados pelo temor do Isaac.
No fim de semana, houve boatos de que a maior festa eleitoral dos republicanos seria suspensa pois Tampa estava na rota do furacão. Ao final, foi encurtada e durará um dia a menos - termina amanhã.
Às 23 horas de ontem (meia-noite em Brasília), o furacão chegou à Louisiana com ventos de 100 km/h e deixou cerca de 180 casas sem luz. Nos cálculos do Centro Nacional de Furacão (NHC, na sigla em inglês), Isaac ganharia ainda mais velocidade durante a madrugada, chegando a 115 km/h e levando um volume acumulado de 1,7 a 3,5 metros de chuvas nos Estados de Alabama, Mississipi, Louisiana e em parte da Flórida.
O furacão foi classificado na categoria 1, nível bem menos perigoso do que o do Katrina. Mas as inundações, segundo o NHC, seriam inevitáveis nas regiões mais vulneráveis - entre elas, New Orleans.
"Nós não esperamos algo como o Katrina. Mas relembro a todos vocês que há coisas em um furacão de categoria 1 que podem matar", disse o prefeito de New Orleans, Mitch Landrieu.
O governo de Barack Obama, nos últimos dias, assinou a declaração de emergência dos três Estados que devem ser atingidos, liberando verbas adicionais. O presidente ainda conversou com governadores e acionou a Agência Federal de Administração de Emergência .
"Estamos lidando com uma grande tempestade e pode haver inundações e outros perigos em uma área muito grande. Agora não é hora de desafiar o destino. Agora não é hora de ignorar os avisos oficiais. Vocês têm de levar isso a sério", disse Obama a moradores.
Apesar da fragilidade ainda presente, New Orleans não estaria tão vulnerável quanto em 2005, quando o dique de proteção contra enchentes não resistiu e inundou a cidade. Nos últimos sete anos, o governo americano investiu US$ 14 bilhões na reconstrução desse sistema de proteção.
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