Republicanos partem para o ataque contra Obama

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Por Redação
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Depois de uma fase mais discreta, os republicanos voltaram a acionar a eficiente máquina de ataques contra os democratas. A campanha de John McCain escalou vários aliados do senador para criticar de forma agressiva seu rival democrata, Barack Obama. Na Convenção Republicana, a idéia é mostrar que Obama não é um herói de guerra como McCain, é inexperiente, só é popular por causa de seu dom de oratória, é uma celebridade vazia e não tem grandes feitos no currículo. "O respeito que McCain tem não se deve a um discurso feito com teleprompter para agradar a críticos dos EUA no exterior. McCain é respeitado por seu caráter comprovado em décadas e por ser um estadista", disse o ex-senador e ex-candidato republicano nas primárias, Fred Thompson, na terça-feira - em referência ao discurso que Obama fez para 200 mil pessoas em Berlim. Seguindo o plano traçado por Steve Schmidt, estrategista-chefe da campanha republicana, Thompson tentava transformar um ponto positivo de Obama em uma desvantagem. Enquanto McCain não é bom de discurso e não se sente confortável com o teleprompter, Obama é um ás da oratória. A campanha aposta que McCain pode ganhar esta eleição por causa de seu "caráter" e "heroísmo". "Ser prisioneiro de guerra não qualifica ninguém para ser presidente, mas mostra que a pessoa tem caráter", disse Thompson. "(McCain) tem um caráter no qual nós podemos acreditar." Ele foi ainda mais direto, dizendo que Obama é "o indicado mais liberal e mais inexperiente a concorrer à presidência do país" e os democratas trarão "protecionismo, mais impostos e burocracia". Os republicanos argumentam que não estão engajados em uma campanha negativa, mas abraçam os ataques com entusiasmo. O senador republicano Kit Bond, do Missouri, disse ao Estado que os discursos têm sido positivos. "Eu concordo que precisamos traçar contrastes", disse. "Não há dúvida de que Obama é um orador cativante e Joe Biden é um orador prolixo, mas sou do Missouri, onde não basta falar", disse. "As posições de Obama são muito diferentes das da maioria dos americanos, o pensamento político dele não agrada no Missouri. Ele é o senador mais liberal e escolheu para vice o terceiro mais liberal, Joe Biden." "Precisamos mostrar os contrastes e certamente vou ajudar nisso", disse Bond. O senador independente Joe Lieberman, ex-democrata que foi vice na chapa de Al Gore em 2000 e é grande amigo de McCain, também cumpriu seu papel de "cão de guarda" na convenção. Disse que Obama não cooperou com senadores republicanos e não lutou por reformas importantes como fez o ex-presidente Bill Clinton. "Enquanto Obama votava para cortar os recursos de nossas forças no Iraque, McCain teve a coragem de enfrentar a opinião pública e apoiar o envio adicional de soldados."

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