Republicanos pedem para Bush negociar com o Congresso

Governo e Congresso discordam sobre a forma como devam tomar o depoimento das testemunhas envolvidas no caso da demissão dos procuradores nos Estados Unidos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Republicanos importantes do Senado dos Estados Unidos sugiram neste domingo ao presidente George W. Bush que faça um acordo com o Congresso sobre o testemunho de assessores da Casa Branca, no momento em que o apoio ao secretário de Justiça, Alberto Gonzales, diminui ainda mais. O senador Arlen Specter, principal republicano do Comitê Judiciário do Senado, disse que Gonzales terá que renunciar se não tiver dito a verdade quando afirmou ao Congresso que não se envolveu em debates sobre um grupo de promotores demitidos, no caso que é o centro da polêmica em Washington. "Temos que ter um secretário de justiça justo, confiável, e se descobrirmos que ele não foi justo e confiável, há um motivo muito forte para ele não ficar", disse Specter ao programa "Meet the Press" da NBC. Documentos divulgados na sexta-feira mostraram que Gonzales participou de um encontro, em novembro, quando a iminência de realização de um plano para demitir promotores federais foi debatida. O senador Chuck Hagel, republicano de Nebrasca e possível candidato presidencial, disse ao programa "This Week", da ABC, que Gonzales perdeu credibilidade e que Bush deveria "consertar o problema" e evitar uma briga judicial com o Congresso. "Acho que o presidente comete um grande erro se tentar transformar isso em assunto constitucional e tornar um tema de separação de poderes", disse Hagel. Specter sugeriu também que Bush faça um acordo sobre o caso de Karl Rove, principal estrategista política do presidente, e outros assessores que estão testemunhando no Congresso. Bush recusou-se a permitir que testemunhem em público e sob juramento sobre suas participações nas demissões. Em vez disso, Bush ofereceu que falem a investigadores do Congresso atrás de portas fechadas, sem juramento e sem divulgação de transcrições das conversas. Democratas do Congresso dizem que isso é inaceitável e os comitês de Justiça da Câmara e do Senado autorizaram intimações caso eles não se apresentem de forma voluntária. "Quero que falem de maneira aberta, sob juramento, em público, e que tantos senadores republicanos quanto democratas possam fazer perguntas", disse Patrick Leahy, presidente do comitê de Justiça do Senado, ao programa "Face the Nation", da CBS. Críticos acusam o governo de demitir promotores para abrir espaço para seus aliados, ou por sentir que alguns deles foram muito duros com republicanos e leves com democratas. O governo afirma que as demissões foram mal conduzidas, mas justificadas, e negou ter feito ameaças. Autoridades lembram que um presidente pode demitir procuradores a qualquer momento.

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