09 de novembro de 2019 | 19h54
WASHINGTON - O Partido Republicano solicitou que o filho do ex-vice-presidente Joe Biden seja chamado para testemunhar na investigação do julgamento político contra Donald Trump na tentativa de defender o presidente dos Estados Unidos.
Trump acusou Biden de corrupção pelo papel de Hunter, filho do democrata, como diretor da empresa de energia ucraniana Burisma quando seu pai cumpriu seu mandato durante a presidência de Barack Obama.
O republicano Devin Nunes, membro da Comissão de Inteligência da Câmara que está conduzindo as audiências de investigação, disse que a Burisma paga a Hunter US$ 50 mil por mês para ocupar uma cadeira em seu conselho.
“As experiências em primeira mão de Hunter Biden com a Burisma podem ajudar o público americano a entender a natureza e a extensão da corrupção generalizada na Ucrânia”, escreveu Nunes.
Trump rejeitou as alegações de abuso de poder depois de pressionar o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a investigar e buscar informações que poderiam comprometer Biden, principal pré-candidato do Partido Democrata para as eleições de 2020.
Nunes criticou o que chamou de “farsa” e afirmou que o testemunho de Hunter Biden aumentaria a transparência em um “processo opaco e injusto”. Além disso, solicitou que o informante, de identidade oculta, que relatou a comunicação entre Trump e Zelenski, fosse chamado como testemunha.
Os democratas, que controlam a Câmara dos Deputados, devem aprovar as sugestões de testemunhas republicanas, mas espera-se que rejeitem esses pedidos.
Até agora, mais de uma dúzia de testemunhas parecem ter apoiado amplamente as acusações dos democratas, os quais acusam Trump de ter condicionado a ajuda militar à Ucrânia para que seu presidente concordasse em investigar Biden.
As audiências do julgamento político foram realizadas a portas fechadas, mas a partir da próxima semana elas serão públicas.
Trump disse neste sábado que a Casa Branca provavelmente divulgará na terça-feira a transcrição de uma segunda ligação com o presidente ucraniano.
“Temos outra transcrição a ser divulgada que é muito importante”, disse Trump a repórteres na Base Aérea Andrews, antes de partir para uma visita a Tuscaloosa, no Alabama.
“Vou dar a vocês uma segunda transcrição porque tive duas ligações com o presidente da Ucrânia.” / AFP e REUTERS
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