PUBLICIDADE

Resgates saem de Londres para a Somália

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Embora a combinação das palavras África e piratas sugira atraso e precariedade, o negócio só prospera com a participação de poderosos centros econômicos mundiais. "Há escritórios jurídicos especializados nisso e os seqüestradores têm contatos com eles", disse Iñaki Latxaga, dono da empresa espanhola Albacora, que teve um de seus navios seqüestrado há oito anos. "Às vezes você se pergunta se os piratas estão na Somália ou em Londres". A pirataria - ramo de baixo risco e alta lucratividade - é hoje um dos negócios mais promissores no falido Estado da Somália. Especialistas calculam que os resgates recebidos pelos corsários cheguem a US$ 30 milhões em 2008, o equivalente a 10% da receita das exportações anuais do país. A maioria das empresas de navegação aceita pagar o valor pedido para terem seus navios e sua tripulação de volta, já que acabam repassando o prejuízo para o preço final do frete, com impacto também sobre as companhias seguradoras. Como, mesmo na África, os navios e suas tripulações podem ser monitorados pela polícia, os piratas usam uma complicada rede de contatos para receber o dinheiro, muitas vezes separado em bolsas e entregues a um negociador final, baseado em algum lugar da costa da Somália. "O dinheiro segue uma linha cheia de intermediários, com o governo local, o prefeito e outras autoridades tendo participação direta", explicou Jason Alderwick, especialista em segurança marítima no Instituto Internacional para Estudos Estratégicos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.