Resolução contra plano de Bush ganha novo apoio no Senado

Texto contrário à ampliação de tropas americanas no Iraque proposta por senador republicano foi endossada por senadores que proporiam texto mais severo

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Por Agencia Estado
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Uma resolução que critica a nova estratégia do presidente George W. Bush para a guerra Iraque angariou novos e significativos apoios nesta quinta-feira, noticiou o diário americano New York Times. O texto, apresentado pelo senador republicano John Warner, foi endossado pelos dois autores de uma proposta mais severa que também circulava no Senado. O apoio dos senadores Joseph R. Biden (democrata) e Chuck Hagel (republicano) à resolução de Warner - um especialista em assuntos de defesa - dá maior unidade ao bloco de congressistas que não querem ver número de soldados americanos engajados na guerra do Iraque ampliado. Na noite de quarta-feira, o senador democrata Carl Levin - que era o terceiro autor da proposta de Biden e Hagel - já havia concordado em endossar a resolução de Warner. Levin é presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado. "A linha mestra de todas as resoluções é a mesma: Sr. presidente, não mande mais americanos para o meio de uma guerra civil", disse Biden, que foi um dos autores da resolução aprovada na semana passada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, da qual é o presidente. No início do ano, Bush anunciou um plano para enviar mais 21,5 mil homens para o país árabe em uma nova estratégia para acabar com o conflito sectário que castiga diariamente a população iraquiana. Agora, destaca o NYT, a liderança democrata no Senado pretende usar a proposta de Warner como base para o debate para a aprovação de uma resolução que censure o plano de ampliação das tropas americanas sustentado por Bush. A discussão no plenário da Casa acontecerá na semana que vem, e deve enfrentar resistência de senadores mais alinhados com o presidente Bush. Além dos republicanos mais à direita, a proposta de Warner deverá enfrentar também a oposição de democratas mais à esquerda, como o senador Christopher J. Dodd, que disse que o texto, "em sua essência, endossa o status quo". Além de reclamar da linguagem da resolução - que "não se opõe claramente à escalada e não contempla um retorno gradual das tropas" -, Dodd destacou que falta à proposta pedir por maiores esforços diplomáticos junto aos países da região, incluindo Síria e Irã. Os apoiadores de Warner deverão agora conquistar o apoio de ao menos 12 republicanos para conseguir os 60 votos necessários para evitar qualquer restrição burocrática para a discussão. Seis republicanos já anunciaram que apoiarão o texto.

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