Restos mortais de aliado de Hitler são cremados e jogados ao mar

Túmulo de Rudolf Hess foi destruído, para evitar peregrinação anual de neonazistas ao local

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Por BBC Brasil
Atualização:

Texto atualizado às 18h10

 

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WUNSIEDEL, ALEMANHA - Os restos mortais de Rudolf Hess, um dos políticos mais próximos do líder nazista Adolf Hitler, foram cremados e jogados ao mar. O túmulo que guardava o corpo de Hess no cemitério de Wunsiedel, no sul da Alemanha, foi destruído. Os ossos foram exumados na manhã desta quinta-feira, 21, para acabar com a peregrinação de neonazistas ao local.

 

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Hess foi capturado na Grã-Bretanha em 1941 e sentenciado à prisão perpétua. Em 1987, ele cometeu suicídio na prisão de Spandau, em Berlim, aos 93 anos. Em seu testamento, Hess pediu para ser sepultado em Wunsiedel, na região de Baviera, onde sua família tinha uma casa e onde seus pais já estavam sepultados.

 

De acordo com o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, a igreja luterana local, que cuida do cemitério, deu permissão para seu sepultamento na época, alegando que os desejos de Hess não poderiam ser ignorados. 'Eu ousei'A igreja luterana e a população de Wunsiedel começaram a se preocupar com o grande número de grupos de extrema direita que visitavam o túmulo de Hess. A cada ano, no aniversário de sua morte, neonazistas tentavam organizar passeatas até o cemitério. Nessas ocasiões, os neonazistas depositavam coroas de flores e faziam saudações ao túmulo, cujo epitáfio trazia a frase "eu ousei".

 

Local onde ficava o túmulo de Hess, removido para evitar peregrinações

 

Uma ordem da Justiça, emitida em 2005, proibiu essas manifestações, mas ela não foi obedecida. Por isso, a igreja local decidiu encerrar o aluguel do túmulo pela família a partir de outubro de 2011. De acordo com o Sueddeutsche Zeitung, uma neta de Hess foi contra a decisão. Ela entrou com um processo para tentar evitar a aplicação da decisão da igreja, mas foi convencida pelo conselho da paróquia a desistir do caso e permitir a exumação. Hess era um dos integrantes do regime nazista mais próximos de Adolf Hitler, sendo nomeado "vice-Führer" e "ministro sem pasta" nos anos 1930. Em 1941, ele foi até a Escócia, onde foi lançado de paraquedas durante o que poderia ter sido uma missão de paz não-autorizada, em uma ação condenada por Hitler.

 

Durante o resto da Segunda Guerra Mundial, Hess permaneceu preso pelas autoridades britânicas. Depois da guerra, em 1946, ele foi condenado à prisão perpétua, no famoso julgamento de Nuremberg. Hess passou 40 anos em Spandau, tornando-se o último nazista mantido preso, até que foi encontrado enforcado em sua cela em agosto de 1987.

 

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