30 de novembro de 2010 | 00h00
Os haitianos não conhecerão tão cedo quem será o próximo presidente ou os dois candidatos que disputarão o segundo turno em 16 de janeiro, quatro dias depois do primeiro aniversário do terremoto que deixou 230 mil mortos. A apuração da eleição começou na tarde de ontem, mas o processo será lento. A previsão é que seja concluído no dia 7.
Durante a contagem, não serão divulgados resultados parciais para evitar acirramento dos ânimos, segundo autoridades da Minustah (Força de Paz da ONU para o Haiti). Observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Comunidade do Caribe (Caricom) compareceram ontem ao centro industrial de Sanopi, em Porto Príncipe, onde os votos da região da capital serão apurados. O objetivo é verificar se há fraude na contagem.
Mas opositores dizem que o processo de votação já foi fraudulento. O Estado tentou conversar com autoridades da Minustah sobre as acusações. O braço militar da missão da ONU não quis se envolver na questão, afirmando que são responsáveis apenas pela segurança. Os civis preferiram não responder.
A Comissão Eleitoral Provisória considerou "um sucesso" a votação, segundo o seu presidente Pierre Louis Opont. Diante do centro de apuração, que conta com a segurança das tropas brasileiras, não havia manifestações.
Apesar de 12 candidatos opositores terem protestado contra o processo eleitoral, eles enviaram representantes para acompanhar a contagem dos votos. Além da eleição para presidente, os haitianos também votaram para o Senado e Câmara dos Deputados. Segundo Jean Andrés, um professor que estava perto do centro de apuração, "é claro que teve fraude" e "as urnas já estavam cheias mesmo de as pessoas começarem a votar".
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