22 de dezembro de 2019 | 07h38
CABUL - Os resultados preliminares das eleições presidenciais realizadas no Afeganistão no último dia 28 de setembro confirmam a reeleição de Ashraf Ghani, com 50,64% dos votos.
Os números foram divulgados neste domingo, 22, pela Comissão Eleitoral Independente (IEC), que demorou quase três meses para apresentar os resultados parciais devido aos protestos por suspeitas de fraude no processo.
O segundo lugar ficou com chefe-executivo do governo do Afeganistão, Abdullah Abdullah, que obteve 39,52% dos votos no pleito. O terceiro colocado foi o candidato Gulbuddin Hekmatyar, com apenas 3,85% dos votos.
Em entrevista coletiva, a presidente da IEC, Hawa Alam Nuristani, informou que 1.824.401 votos foram considerados válidos. Segundo ela, os candidatos agora têm três dias para apresentar queixas ao processo. O resultado final só será divulgado quando o órgão responder a todas às reclamações.
Apenas 2,7 milhões dos 9,6 milhões de eleitores do Afeganistão foram às urnas nas eleições de setembro. A baixa participação ocorreu principalmente pelas contínuas ameaças dos talibãs e pela desconfiança de parte da população no processo eleitoral. Do total de votos, 1,92 milhão foram verificados biometricamente. No entanto, a IEC considerou válidos 1,8 milhão.
O anúncio dos resultados preliminares estava previsto para ocorrer no dia 19 de outubro, quando foi alterado para 14 de novembro. Na nova data, a IEC pediu um novo adiamento, por tempo indeterminado. O órgão alegou que problemas técnicos e a interferência dos candidatos no processo dificultavam a contagem.
Os atrasos ocorreram em parte por pressão dos aliados de Abdullah, que decidiram bloquear a apuração e a auditoria dos votos em sete das 34 províncias. Já em dezembro, o próprio candidato pediu que seus correligionários deixassem de impedir a conclusão do processo.
"Cumprimos nosso dever com valentia e transparência, respeitamos cada voto. Nos comprometemos a ser verdadeiros servidores de nossa gente", disse Nuristani depois de anunciar os resultados hoje. EFE
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