Reunidos na França, países têm acordo para ajudar Iraque a vencer jihadistas

Os participantes se comprometeram a lançar um plano de ação para lutar contra o financiamento do terrorismo

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Por LÚCIA MÜZELL e PARIS
Atualização:

Líderes de 27 países chegaram ontem a um acordo para fornecer "ajuda militar adequada" para o Exército iraquiano e as milícias curdas enfrentarem os extremistas do Estado Islâmico (EI), mas não detalharam de que maneira será dado esse apoio.

Líderes se reúnem em Paris para discutir combate ao Estado Islâmico Foto: Michel Euler/EFE

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Reunidos em Paris para uma conferência internacional sobre como enfrentar a ameaça do EI, os chefes de Estado e ministros não decidiram o que será feito na Síria, onde os jihadistas combatem tanto as forças de Bashar Assad quanto os rebeldes que querem o fim do regime sírio.

A reunião contou com a presença dos cinco países-membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Rússia, e dez países árabes, como a Arábia Saudita e o Catar.

O Iraque lamentou a ausência do Irã, importante aliado de Bagdá, que não foi convidado por pressão de árabes e nações dos Emirados Árabes Unidos. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem que rejeitou pessoalmente um convite dos EUA para conversar sobre a luta contra o EI.

O presidente francês, François Hollande, destacou que o encontro era "uma etapa" para afinar a estratégia internacional contra o radicais. Hollande destacou que "não há tempo a perder". O presidente iraquiano, Fuad Massum, também presidiu a conferência e defendeu a manutenção dos ataques aéreos no Iraque, iniciados em 8 de agosto pelos americanos. Ontem, a França realizou os primeiros voos de reconhecimento sobre o território iraquiano.

Ao final de três horas de discussões, um comunicado indicou que "os participantes se comprometeram a apoiar, pelos meios necessários, o novo governo iraquiano em sua luta contra o Daesh" - referindo-se ao EI pela sigla em árabe. O texto ressalta que o auxílio vai atender às "necessidades exprimidas pelas autoridades iraquianas, em respeito ao direito internacional e à segurança das populações civis".

Os países ainda se comprometeram a reforçar a segurança nas fronteiras e receberam "com satisfação" a perspectiva de lançar um plano de ação para lutar contra o financiamento do terrorismo - um ponto delicado para a França, criticada pelos americanos e britânicos por supostamente pagar resgates milionários para a libertação dos reféns franceses, o que Paris nega.

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As divergências sobre a atuação na Síria, que atualmente tem cerca de 25% do território controlado pelos extremistas, ficaram claras - o país não foi citado no documento divulgado ontem. Os EUA já anunciaram a intenção de realizar ataques aéreos contra alvos do EI na Síria, à revelia de Assad. A maioria dos países árabes se opõe à operação, assim como a Rússia, fiel aliada do regime sírio. A França defende o reforço da ajuda militar aos insurgentes moderados.

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