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Reyes era principal articulador da guerrilha

Por Roberto Lameirinhas
Atualização:

O Estado entrevistou Raúl Reyes na clandestinidade de um acampamento das Farc em 2004, após uma maratona entre trilhas e igarapés da selva colombiana. Na época, a guerrilha promovia uma ofensiva de mídia, liderada pelo próprio Reyes, para forçar o governo do presidente Álvaro Uribe a retomar negociações de paz interrompidas em 2002 - logo após o seqüestro da então candidata à presidência Ingrid Betancourt. Antes e depois da reportagem, Reyes era apontado por analistas como a face mais civilizada da liderança da guerrilha, em oposição ao dirigente ?Mono Jojoy? - morto no ano passado -, que intensificava as operações de seqüestro e os vínculos com o narcotráfico. Durante a entrevista, Reyes pediu a retirada das Farc da lista de organizações terroristas e assegurou que os reféns políticos estavam em boas condições de saúde. Falava pausadamente e com grande convicção. Parecia certo de que convenceria governos da América Latina e da Europa a exercer pressões sobre Uribe para que retomasse o diálogo. Em meio ao esforço propagandista, Reyes assumia a articulação política de um movimento guerrilheiro, cujo líder máximo, o septuagenário Pedro Antonio Marín, era quase uma entidade paranormal, da qual ninguém tinha acesso ou notícia.

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