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Rice: credibilidade do CS em jogo na questão nuclear iraniana

Conselho deve mostrar ao Irã que o país não pode simplesmente ignorar as pressões internacionais para que encerre seu programa nuclear

Por Agencia Estado
Atualização:

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta quinta-feira que a credibilidade do Conselho de Segurança da ONU estará em jogo no momento em que o órgão tiver que decidir como lidar com a provável rejeição iraniana ao prazo estipulado para que o país cesse suas atividades de enriquecimento de urânio. "Para ter credibilidade, é claro, o Conselho de Segurança deve agir", disse Rice a repórteres durante uma reunião com ministros do Exterior da OTAN. Segundo ela, está "bem claro" que o Irã não cumprirá as exigências estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sobre o enriquecimento de urânio. "O Conselho é a instituição mais importante na manutenção da paz, estabilidade e segurança e não pode ter suas decisões e suas palavras simplesmente ignoradas por um Estado-membro". Estados Unidos, França e Reino Unido afirmam que se o Irã não cumprir as exigências até o fim do prazo, na sexta-feira, eles farão com que as determinações sejam permanentes, um processo que pode levar à adoção de sanções contra Teerã. Em uma aparente mensagem à Rússia e a China, que se opõem às sanções, Rice perguntou se o Conselho irá deixar claro para o Irã que não é possível simplesmente ir contra a vontade da comunidade internacional. Os Estados Unidos não negociam diretamente com o Irã, preferindo trabalhar através das Nações Unidas. Negociações com o Irã, lideradas pela Alemanha, França e Reino Unido, falharam em persuadir Teerã a encerrar seu programa nuclear. OTAN A secretária afirmou que espera ter apoio sobre a questão nas conversas com aliados da OTAN e de outras nações européias. O ministro do Exterior da Rússia, Sergey Lavrov, deve juntar-se às reuniões na sexta-feira. A questão iraniana não está na agenda oficial do encontro de ministros da OTAN, que se concentra nas ofertas da Ucrânia, Geórgia, Albânia, Croácia e Macedônia de se juntarem à aliança. O secretário-geral da OTAN, Jaap Hoop Scheffer, disse que os líderes do grupo devem "enviar um sinal" sobre as aspirações dos países em um encontro em novembro, mas a decisão final não deve acontecer antes de 2008. A expansão da aliança no ex-bloco soviético enfrenta oposição russa. O Ministério do Exterior russo, afirmou nesta quinta-feira que a entrada da Geórgia e da Ucrânia seriam "altamente dolorosas" para Moscou, pois poderia provocar a revisão de acordos internacionais de armas e a reorganização das forças armadas russas. A reunião de quinta-feira também discutiu propostas para o desenvolvimento de laços da OTAN com outras democracias como Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coréia do Sul para coordenar posições políticas e operações de paz. Centenas de manifestantes búlgaros reuniram-se em uma manifestação próxima a reunião da OTAN contra o acordo que Rice deve assinar na sexta-feira com o governo da Bulgária. O acordo garante às tropas americanas o direito de usar instalações militares no país.

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