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Rice: Iraque não caminha para a guerra civil

A secretária de Estado americana negou a opinião de alguns senadores e militares que acreditam que a violência sectária levará à guerra civil no país

Por Agencia Estado
Atualização:

A administração Bush continua a insistir que o Iraque não está rumando à guerra civil, mesmo que alguns senadores e líderes militares tenham expressado seus temores de que o conflito pode ser inevitável. "Seria, realmente, um erro dizer que os iraquianos estão de alguma maneira optando pela guerra civil, ou, eu acredito, até mesmo sendo levados em direção à guerra civil", afirmou a secretária de Estado americana Condoleezza Rice em um programa transmitido pela rede ABC no domingo. O governo americano tem sido relutante em caracterizar a violência sectária no Iraque como guerra civil. Mas, na quinta-feira, o chefe do Estado-Maior Adjunto dos EUA, o general Peter Pace, e o mais importante comandante militar norte-americano no Oriente Médio, general John Abizaid, disseram a um comitê do Senado que o Iraque pode ter uma guerra civil se a atual onda de violência não for contida. O senador Chuck Hagel, membro influente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, questionou se os Estados Unidos deveriam continuar a enviar mais soldados ao Iraque. "Nós estamos arruinando o exército dos Estados Unidos. Estamos dizimando nossa força militar. Não podemos continuar no ritmo e comprometimento que estamos agora", disse Hagel em um programa da CBS. Outro senador foi ainda mais pessimista no domingo. "Isto é uma guerra civil. Eu acredito que os generais foram cuidadosos com as palavras. Mas penso que eles estavam nos dizendo algo alto e claro, para qualquer um que quisesse ouvir", disse o senador Chris Dodd. "Francamente, não acho que o pessoal militar americano possa necessariamente bancar o juiz nesse tipo de situação". Violência Um carro-bomba atingiu o quartel provincial da força militar iraquiana no norte de Bagdá nesta segunda-feira, matando pelo menos dez soldados e ferindo outros 18, segundo a polícia. Pelo menos outras 20 pessoas morreram em outros locais do país, incluindo três civis em uma luta armada que começou depois que forças iraquianas e americanas atacaram uma fortaleza de milicianos xiitas em Bagdá. Cinco pessoas em uma barbearia atacada por pistoleiros. Além disso, três civis foram mortos e 15 ficaram feridos durante ataques em Ramadi, oeste de Bagdá, depois que insurgentes atacaram uma patrulha conjunta de iraquianos e americanos. Ainda nesta segunda, duas bombas explodiram quase simultaneamente em uma rua comercial de Bagdá, ferindo dez pessoas, entre elas um policial. Matéria alterada às 16h12 para acréscimo de informações

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