Rice perdeu espaço entre democratas e republicanos

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Bastidores: Denise Chrispim MarinCastigada por ter defendido a versão oficial sobre episódio do ataque ao consulado americano em Benghazi, em 11 de setembro, a embaixadora Susan Rice perdeu a chance de tornar-se a secretária de Estado do segundo mandato de Barack Obama. Sua aparição em cinco programas de televisão, cinco dias depois do ataque em Benghazi, consternou a oposição republicana. Na base democrata, a rejeição a seu nome estava já delineada por outros fatores.Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas e principal articuladora das ferozes sanções aplicadas pelo Conselho de Segurança ao Irã, Rice tem ações em companhias que fizeram negócios com empresas iranianas. Seus informes de investimentos mostraram ter ela e seu marido, o empresário Ian Cameron, entre US$ 50 mil e US$ 100 mil em ações da petroleira Royal Dutch Shell.Essa companhia deve US$ 1 bilhão para empresas iranianas, segundo o Washington Post. O passado de Rice e seu temperamento difícil também pesaram negativamente na opinião de senadores do Comitê de Relações Exteriores, órgão responsável por sabatinar os indicados pelo presidente para o Departamento de Estado. Entre os dados pinçados estava o fato de Rice ter defendido em 1994, quando fazia parte do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que não fosse usado o termo "genocídio" para descrever o massacre de mais de 500 mil pessoas em Ruanda, durante o conflito entre membros das etnias hutu e tutsi.Em 27 de novembro, Rice tentou salvar sua indicação, ainda defendida com vigor por Obama. Encontrou-se com senadores republicanos para explicar porque havia declarado, em cinco programas de televisão, que o ataque ao consulado americano em Benghazi havia sido resultado de uma manifestação contra um filme anti-islâmico produzido nos EUA. Os senadores, liderados pelo republicano John McCain, se disseram "mais perturbados ainda" depois da conversa com Rice. A embaixadora enviou a Obama uma carta pedindo para que retirasse sua indicação 16 dias depois.

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