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Rivais ampliam queixa contra os Kirchners

Por Ariel Palacios e BUENOS AIRES
Atualização:

Deputados do partido de oposição Coalizão Cívica apresentaram ontem uma ampliação da denúncia de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro contra o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007). A ampliação inclui a mulher de Kirchner, a presidente Cristina. A denúncia foi acompanhada da declaração de bens dos Kirchners, divulgada nesta semana, que revela um grande aumento do patrimônio do casal - de US$ 4,69 milhões em 2007 para US$ 12,1 milhões em 2008. "A presidente é uma funcionária pública. Sua declaração de bens é excessiva, sem chances de justificativas", afirmou o deputado Fernando Sánchez. Segundo o parlamentar, "o casal só exerceu funções públicas desde 2003. Ninguém tem tempo de sobra para fazer esse tipo de trabalho e ainda multiplicar sua fortuna". Os deputados da Coalizão Cívica dizem acreditar que desta vez o processo "vai para a frente", pois a Justiça costuma ser acelerada quando os políticos perdem poder, tal como ocorre agora com os Kirchners. A declaração de bens também indicou que a fortuna dos Kirchners teve um crescimento muito elevado desde a posse de Kirchner, em 2003. O patrimônio aumentou de US$ 1,78 milhão para US$ 12,1 milhões em seis anos. O advogado Ricardo Monner Sans também pediu uma investigação do uso que Kirchner, que não possui cargo no governo, faz da frota aérea presidencial. Nesta semana, Kirchner viajou à Província de Chubut no Tango 10, um Learjet da presidência, para reunir-se com políticos locais. ANIVERSÁRIO No ano passado, os ruralistas realizaram cinco locautes contra o "impostaço agrário" do governo. Os protestos provocaram o desabastecimento de alimentos, o aumento da inflação e os panelaços da classe média contra a presidente, cuja popularidade despencou. O ponto culminante da crise ocorreu quando, há exato um ano, a oposição derrubou a lei no Senado.

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