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Romênia comemora 20 anos de revolta anticomunista

Por AE-AP
Atualização:

Os romenos homenagearam hoje os combatentes que tiraram do poder o ditador comunista Nicolae Ceausescu, há 20 anos, e que impulsionaram uma onda de revoltas anticomunistas no leste europeu. "As coisas mudaram com esta revolução. Nós temos liberdade de expressão, liberdade de movimento e o direito à propriedade privada", disse Gheorghe Ciuhandru, prefeito de Timisoara, cidade romena onde começaram os protestos.No entanto, a Romênia ainda está desfigurada por "mentiras, manipulação, ódio e pobreza", afirmou Ciuhandru em uma referência à profunda recessão pela qual passa o país e à disputada eleição presidencial. Hoje, músicos da ópera local executaram uma mistura de canções natalinas e música popular romena durante um breve concerto do qual participou o ex-presidente Emil Constantinescu, que comandou o país entre 1996 e 2000."Eu estou aqui pelos que lutaram e morreram pelos ideais que mudaram as vidas na Romênia e escreveram uma página de heroísmos na história do país", disse Constantinescu. "Houve uma completa revolução em Timisoara e eu permanecerei fiel a esses princípios pelo resto da minha vida".HistóriaA manifestação começou quando cidadãos locais se uniram para defender um dissidente de origem húngara, que sofria ameaças de ser enviado à força para outra parte do país. O protesto foi reprimido por unidades da polícia, do Exército e da polícia secreta da Romênia, dando início a seis dias de confrontos. Foram contabilizadas 118 mortes decorrentes dos confrontos em Timisoara.As manifestações ganharam viés político e se espalharam pelo país. Ceausescu e sua mulher, Elena, foram executados após um julgamento sumário no dia de Natal. Seu governo foi baseado no Securitate, a polícia secreta que tinha um exército de aproximadamente 700 mil informantes - cerca de um a cada 20 romenos - que reprimiram dissidentes durante os 25 anos de ditadura.Já no final da era Ceausescu, os romenos sofreram com um forte racionamento, período no qual até mesmo bananas e laranjas se tornaram um luxo, enquanto o ditador tentava pagar a dívida externa do país.

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