Rompe-se a coalizão governista no Uruguai

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro uruguaio de Indústria e Energia, Sergio Abreu, apresentou nesta segunda-feira sua renúncia, dando início à ruptura da coalizão entre o Partido Nacional (Blanco) e o governo do presidente Jorge Battle. De imediato, não se informou se já apresentaram renúncia os outros ministros "blancos", que são os de Esportes, Jaime Trobo, da Habitação, Carlos Cat, de Educação e Cultura, Antonio Mercader, e do Trabalho, Alvaro Afonso. Abreu anunciou sua renúncia perante o diretório do Partido Nacional (PN) e em seguida comunicou por telefone sua decisão ao presidente Battle, antes de ela ser formalizada por escrito. Segundo Abreu, sua decisão é "irreversível". A ruptura da coalizão que sustentou o governo Battle nos primeiros 32 dos 60 meses que durará seu mandato foi decidisa pelo centrista PN por nove votos, contra seis. No entanto, o senador blanco Luis A. Heber considerou, em declarações à imprensa, que o novo relacionamento com o governo vai se basear em uma "estabilidade político-parlamentar", indicando que a situação é uma "reformulação de um entendimento que se esgotou por si mesmo". "De nada adianta ter uma casca sem conteúdo. Até agora temos ministros sem votos", disse Heber, acrescentando que "a coalizão está no Parlamento". Nenhuma informação a respeito foi dada pelo governo, mas uma entrevista à imprensa que seria concedida pelo subsecretário da Presidência, Leonardo Costa, foi suspensa. A coalizão entre os dois tradicionais partidos uruguaios, o Colorado e o Nacional - ou Blanco -, teve início quando o candidato colorado Jorge Battle e Tabaré Vásquez, da coalizão esquerdista, se enfrentaram no segundo turno das eleições presidenciais de 2000. O ex-presidente blanco, Luis Alberto Lacalle, que é o atual presidente do diretório do partido, exortou então a população a votar em Battle, que ganhou o pleito. Hoje, Lacalle declarou-se arrependido por ter apoiado Battle.

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