Rumsfeld: EUA não reduzirão presença militar na Ásia

O secretário de Defesa dos Estados Unidos afirmou que Washington pretende modernizar suas alianças na região

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Por Agencia Estado
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, descartou neste sábado a possibilidade de o país reduzir sua presença militar na Ásia e no Pacífico. O alto funcionário do Governo americano afirmou ainda que Washington pretende modernizar suas alianças na região. As declarações foram feitas durante o discurso que Rumsfeld fez em uma conferência sobre segurança que acontece em Cingapura, dias depois de o ministro da Defesa da Indonésia, Juwono Sudarsono, ter criticado os métodos empregados pelos Estados Unidos na luta contra o terrorismo. "Os Estados Unidos são e sempre serão uma nação do Pacífico. Devemos e estaremos envolvidos nesta parte do mundo", disse o secretário americano na reunião, da qual participam ministros da Defesa e líderes militares de mais de 20 países da Ásia, do Pacífico e de algumas potências do Ocidente. Rumsfeld considerou positivo o aumento dos vínculos entre as nações asiáticas com as quais os EUA mantêm alianças e relações. Nesse sentido, afirmou que seu país observa "uma expansão das redes de segurança e de cooperação na região (...) com os Estados Unidos como sócio": "Este é um esquema ao qual damos boas-vindas", acrescentou. O secretário disse que os EUA apóiam as "instituições e atividades multilaterais, como a conferência de Cingapura, o Fórum Regional de Segurança da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) e o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec)". Essas agências, disse Rumsfeld, "lideram o caminho": "Não são alianças militares como a OTAN, que produz acordos vinculativos, mas proporcionam um terreno para o diálogo entre as diversas nações." O ministro da Defesa da Indonésia disse esta semana à imprensa local que iria pedir aos EUA que se abstivesse de intervir nos esforços regionais contra o terrorismo. "A luta contra o terrorismo na Indonésia e em outros países da Asean deveria ser tratada pelos respectivos países e não ter como base a vontade dos EUA", disse Sudarsono ao jornal local The Straits Times. Rumsfeld, que viajará para a Indonésia entre terça e quinta-feira da semana que vem, discutirá com altos funcionários do país questões como a segurança na Península de Malaca e planos de cooperação militar e contra o terrorismo. A Asean é integrada por Brunei, Birmânia, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã. O ministro indonésio acrescentou que dirá "aos EUA que lutar contra o terrorismo utilizando seus métodos só irá piorar a situação, já que vai gerar mais raiva e antipatia contra a América". Durante o tempo que passou em Cingapura, Donald Rumsfeld reuniu-se com os ministros da Defesa da Austrália, Brendan Nelson, e da Índia, Pranab Mukherjee, entre outros.

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