15 de dezembro de 2010 | 14h35
Policiais revistam russos em Moscou; armas foram apreendidas.
MOSCOU - Cerca de mil pessoas foram detidas nesta quarta-feira, 15, pela polícia de Moscou, que pretende evitar choques violentos entre militantes nacionalistas e pessoas oriundas do Cáucaso devido aos incidentes do último final de semana, informa a agência de notícias AFP.
Cerca de 3 mil policiais foram mobilizados em Moscou par evitar enfrentamentos. As autoridades bloquearam acessos a várias localidades como estações de metrô e outros locais de grande concentração de pessoas.
No final de semana, foram realizados protestos contra a morte de um torcedor de futebol. Os russos afirmam que suspeitos de terem participado do assassinato foram libertados pela polícia por terem ligações com forças militares paralelas do Cáucaso.
Durante a semana, vários sites convocaram pessoas originárias do Cáucaso para realizar manifestações nesta quarta. A região é habitada majoritariamente por muçulmanos.
Alguns pequenos conflitos foram registrados na capital, mas as forças de segurança interferiram sem que a violência aumentasse. Segundo Viktor Biryukov, porta-voz da polícia, foram confiscadas facas e armas não-letais.
O presidente russo, Dmitri Medvedev, instruiu a polícia na segunda-feira a não hesitar em usar força para acabar com os protestos. Segundo ele, deixar tais incidentes ocorrerem sem punição é algo que representa prejuízos à estabilidade política e à segurança.
Os russos nacionalistas reclamam da grande quantidade de caucasianos nas grandes cidades do país, assim como da presença de pessoas outras ex-repúblicas soviéticas, como o Azerbaijão.
O envolvimento de torcidas de futebol nos conflitos preocupa as autoridades russa, já que muitos torcedores pertencem a grupos neonazistas. Nos protestos do final de semana, após a morte do torcedor, alguns gritavam "Rússia para os russos!". Esses grupos são considerados os principais responsáveis pela discriminação e os crimes de racismo no país.
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