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Rússia acusa a Otan de envio ilegal de armas à Geórgia

"Não darei nomes em público", disse ministro, mas acrescentou que na Otan são conhecidos como o grupo dos "novos países", em referência à Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Eslováquia e Eslovênia

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov, acusou nesta sexta-feira os "novos países da Otan" de vender ilegalmente armas da era soviética à Geórgia, em um Conselho entre Otan e Rússia dominado pelo conflito diplomático envolvendo Moscou e Tbilisi. Em entrevista coletiva, Ivanov disse que tinha exposto suas "preocupações justificadas" aos ministros aliados, e acusou esses países - sem citar nomes - de "pirataria", por violarem um acordo que proibia a nova exportação das armas. "Não darei nomes em público", disse, mas acrescentou que na Otan são conhecidos como o grupo de "novos países", em uma clara referência à Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Eslováquia e Eslovênia, que entraram na Aliança em 2004. Ivanov acrescentou que estes países "violam as leis internacionais" e "desacreditam os certificados" de venda de armas, e afirmou que os ministros da Defesa dos países "sérios" da Otan estão plenamente de acordo neste ponto. O conflito desencadeado pela detenção na quarta-feira de quatro militares russos na Geórgia acusados de "espionagem" foi o centro hoje da reunião de Ivanov com os ministro da Aliança, e levou o secretário-geral da Otan a pedir "moderação" a ambas as partes. Ivanov acusou a Geórgia de "provocações" para tentar resolver "pela via militar" os conflitos separatistas pendentes da Abkházia e da Ossétia do Sul, e "assim poder fazer parte da Otan". "A Geórgia elegeu a via militar para resolver os problemas da Abkházia e da Ossétia (do Sul), e esse é todo o problema", disse o ministro russo, que denunciou Tbilisi por violar todos os acordos alcançados com essas regiões separatistas, onde a Rússia mantém forças de paz. A Otan decidiu neste mês oferecer um "diálogo intensificado" à Geórgia, um passo importante para uma eventual integração, que - segundo Moscou - terá impacto negativo sobre a frágil situação no Cáucaso. No entanto, Ivanov disse nesta sexta-feira que Moscou não está preocupado diante da perspectiva de uma futura entrada da Geórgia na Aliança Atlântica. "É o direito soberano da Geórgia decidir se quer ou não ser membro da Otan", disse o ministro russo.

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