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Rússia adverte contra interferência ocidental na Ucrânia

Por Agencia Estado
Atualização:

O chanceler russo Sergey Lavrov disse que seu país está preocupado com as tentativas do Ocidente de interferir na situação da Ucrânia, onde acusações de fraude eleitoral levaram a uma crise política que colocou multidões de manifestantes nas ruas. Países ocidentais, como os EUA e os membros da União Européia, declararam o resultado eleitoral inaceitável e manifestaram apoio ao candidato de oposição, Viktor Yushchenko. "A tentativa de alguns Estados de remover a situação na Ucrânia da esfera legal provoca preocupação, especialmente quando algumas capitais européias dizem não aceitar as eleições, e a próxima tese é que a Ucrânia deveria se unir ao Ocidente", disse Lavrov. "O povo ucraniano deve decidir a quem deseja se unir, e declarações desse tipo fazem pensar que alguém realmente quer traçar novas linhas no mapa da Europa", afirmou. A crise ucraniana gerou uma divisão entre Moscou e o Ocidente, pondo em relevo as tensões pós-guerra fria por influência na Europa. O porta-voz da chancelaria russa, Alexander Yakovenko, disse que a Rússia não pretende interferir na Ucrânia, mas que o governo em Moscou crê que o candidato Viktor Yanukovych, que para os observadores ocidentais foi beneficiado por fraudes, obteve uma "vitória convincente". A Ucrânia é parte vital da estratégia russa de firmar sua posição geopolítica, com a abertura de novas roas de escoamento de gás e petróleo, e na formação de uma zona de livre comércio. Para a Europa Ocidental, uma Ucrânia instável pode vir a ser fonte de sérias dores de cabeça, como ondas de imigrantes ou refugiados.

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