Rússia ameaça ataque preventivo contra a Geórgia

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Por Agencia Estado
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Aumentando a pressão sobre a Geórgia, o ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, advertiu hoje que Moscou pode lançar ataques preventivos contra rebeldes chechenos em território georgiano. "Se virmos que bandidos estão rumando para nossa direção e estiverem a apenas 10 ou 15 quilômetros da fronteira, deveríamos esperar que eles cruzem a fronteira, matem alguém e se dispersem?", questionou Ivanov, que está em viagem a Washington, em comentários divulgados hoje pela televisão. "Naturalmente, nessa situação vamos adotar uma ação preventiva a fim de proteger nossa segurança e a vida de nossos cidadãos". A declaração de Ivanov foi duramente criticada pela Geórgia. Dzhemal Gakhokidze, chefe do Conselho de Segurança do presidente Eduard Shevardnadze, advertiu que uma operação da Rússia na Geórgia iria equivaler a uma "agressão e um crime internacional". Ilya Shabalkin, porta-voz das forças russas na Chechênia, disse hoje que forças federais estavam combatendo dezenas de rebeldes que cruzaram para a região a partir da Geórgia, divulgou a agência ITAR-Tass. Sergei Livantsov, um porta-voz do quartel-general regional dos Guardas de Fronteira, afirmou que uma patrulha russa localizou uma dúzia de pistoleiros no sul da Chechênia, nas proximidades da fronteira com a Geórgia, e pediu o apoio da artilharia, segundo a agência Interfax. Uma semana atrás, o presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um duro ultimato para a Geórgia adotar medidas firmes contra militantes no Passo de Pankisi, uma terra sem lei, ou enfrentaria uma ação unilateral russa em seu território. Putin não estabeleceu prazos, mas Ivanov adiantou que a paciência da Rússia está acabando. "Se virmos que do território georgiano, uma vez mais, eles estão tentando ou preparando um ataque, então ninguém vai ficar esperando até que eles cheguem à fronteira, se dispersem e comecem a explodir casas", afirmou Ivanov. Ivanov pediu a criação de uma "zona de segurança" de 20 a 45 quilômetros nos dois lados da fronteira e exigiu que a Geórgia extradite imediatamente 13 rebeldes recentemente detidos na região.

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