Rússia ampliará presença militar no Mar Negro

Putin adverte que reagirá ?sem histeria? ao envio de navios de guerra da Otan à região em meio à crise com a Geórgia

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Por AFP , Reuters e Moscou
Atualização:

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, advertiu o Ocidente que Moscou responderá à crescente presença de navios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Mar Negro. "A reação será tranqüila, sem nenhuma histeria, mas haverá uma resposta", afirmou Putin. Desde a semana passada, a Rússia vem denunciando o aumento do número de embarcações da aliança militar na região - ação que, segundo Moscou, estaria relacionada com a crise na Geórgia. A Otan, porém, insiste que a presença de seus navios no Mar Negro é rotineira e não está ligada ao conflito entre Moscou e Tbilisi. Putin ainda criticou o fato de a ajuda humanitária estar sendo entregue para a Geórgia - enquanto, segundo ele, a real vítima da agressão é a Ossétia do Sul. "Não entendemos o que os navios americanos estão fazendo nas costas georgianas, mas isso é uma questão de gosto, é uma decisão de nossos colegas americanos", disse o premiê. "Por que é necessário enviar ajuda humanitária em navios de guerra armados com sistemas de míssil?" Ontem, o chefe-adjunto do Estado-Maior russo, Anatoli Nogovitsin, acusou os EUA de enviar armas para a Geórgia utilizando navios que entregam ajuda humanitária ao país. De acordo com ele, desde o início do conflito, em agosto, Washington enviou mais de 1.200 toneladas de carregamento para a Geórgia - incluindo armas. Nogovitsin afirmou ontem que cinco navios da aliança estão na região - dois americanos, um polonês, um espanhol e um alemão. A Rússia também tem dez navios no local. UNIÃO EUROPÉIA O presidente russo, Dmitri Medvedev, elogiou ontem a decisão da União Européia de não impor sanções contra a Rússia. "Apesar de certas divisões entre alguns Estados da UE sobre o assunto, prevaleceu um ponto de vista realista e razoável", declarou Medvedev. No entanto, o presidente afirmou que o bloco não entendeu as razões que levaram a Rússia a se envolver no conflito no Cáucaso e lamentou a decisão do bloco de congelar negociações de acordos econômicos marcadas para o dia 15.AP,

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