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Rússia apresentará resolução na ONU para investigar suposto ataque químico na Síria

Chanceler Serguei Lavrov diz que projeto do país prevê participação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) na apuração do caso e diz que militares russos no terreno garantirão segurança dos especialistas internacionais

Atualização:

MOSCOU - A Rússia apresentará nesta terça-feira, 10, um projeto de resolução na ONU para que se investigue, com a participação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), o suposto ataque químico contra um reduto rebelde na Síria, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

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"Apresentaremos hoje um projeto de resolução que exigirá uma investigação", disse o chanceler, antes de assegurar que seu país está "interessado que especialistas independentes da Opaq" participem na investigação.

Lavrov afirmou que não é possível confiar em investigações à distância e garantiu segurança de especialistas Foto: AFP PHOTO / Kirill KUDRYAVTSEV

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Lavrov explicou que o projeto de resolução, que incluirá "um convite do governo sírio", garantirá a segurança tanto dos especialistas como das provas recolhidas "para que tudo seja transparente e limpo". "Não podemos mais confiar nos resultados da pesquisa à distância, como aconteceu há um ano em Khan Sheikhun", completou.

O chefe da diplomacia russa também disse que os especialistas internacionais não precisam temer por sua segurança já que a cidade de Duma "foi completamente liberada de rebeldes e está sob controle das forças governamentais".

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"Os observadores militares russos e a polícia militar russa se encontram também no terreno e se forem necessárias garantias de segurança para os inspetores da Opaq, essas organizações o farão", garantiu o ministro russo.

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Lavrov também disse que se os demais países não aceitarem a resolução na ONU com a alegação de falta de segurança, isso pode ser considerado um veredicto sobre o caso pois "estarão admitindo que a verdade não lhes interessa nem neste caso, nem no de Khan Sheikhun, nem no caso Skripal".

A Opaq informou que já começou a investigar o suposto ataque químico que teria sido realizado pelas forças de Bashar Assad, no sábado, em Duma que deixou ao menos 42 mortos e mais de 500 feridos. Várias agências da ONU, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Escritório de Coordenação Humanitária (Ocha), informaram nesta terça-feira que não podem verificar as denúncias de ataque químico por falta de acesso ao local.

Apelo

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou nesta terça estar escandalizado com o último relatório sobre o possível ataque químico na Síria e pediu uma investigação internacional sem restrições a respeito.

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"Qualquer confirmação do uso de armas químicas por quaisquer das partes do conflito e sob qualquer circunstância, é aberrante e uma clara violação do direito internacional", afirmou Guterres em um comunicado.

"A gravidade das recentes denúncias requer uma exaustiva investigação com especialistas imparciais, independentes e profissionais", acrescentou. Guterres reafirmou seu total apoio à Opaq e sua missão para recolher informações a respeito da utilização ou não de armas químicas. / AFP e EFE

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