MOSCOU - O Parlamento russo aprovou nesta segunda-feira, 31, o fim dos acordos com a Ucrânia envolvendo a frota da Marinha do país no Mar Negro, sediada no porto de Sebastopol, na Crimeia, anexada pela Rússia há duas semanas, informou o canal pró-Kremlin Russia Today.
A medida é mais uma retaliação russa ao governo interino pró-ocidental da Ucrânia. Moscou já havia cortado os benefícios na exportação de gás natural para Kiev, que levaram o governo a aumentar o preço do combustível.
O reajuste foi confirmado hoje pelo Parlamento ucraniano. Será de 64% para administrações públicas, assim como um de 29% aos consumidores industriais. A estratégia também faz parte dos duros cortes do gasto público exigidos pelo FMI.
A Comissão relaciona essa medida com a alta no preço do combustível azul importado da Rússia, que aumentará para US$ 480 por mil metros cúbicos a partir de amanhã, depois que o governo russo deixasse de aplicar todos os descontos que beneficiam os ucranianos. A tarifa do gás para os consumidores domésticos aumentará em torno de 40%.
"Não temos outra saída. Nos vemos obrigados a elevar as tarifas energéticas para não quebrarmos", argumentou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, que lembrou que o preço pago pelo gás russo se multiplicará a partir de abril.
Na última quinta-feira, o legislativo da Ucrânia aprovou um pacote de leis anticrise exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para receber um resgate financeiro avaliado em US$ 27 bilhões. / EFE