23 de março de 2011 | 15h32
A Rússia se absteve na votação no CS na quinta-feira passada e expressou preocupação com o uso "indiscriminado" da força na atual campanha de bombardeios contra a Líbia. A operação desfechada pelos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e vários outros países europeus, além do Catar, teve a oposição particular do primeiro-ministro Vladimir Putin, que a comparou nesta semana a um chamado medieval para as cruzadas. "Como pode o objetivo de proteger os civis envolver meios que levaram a um aumento de baixas entre os civis? Isso só pode provocar preocupações", disse Putin, na terça-feira, enquanto visitava Belgrado.
Os comentários de Putin foram rechaçados pelo presidente Dmitry Medvedev, que chegou a se oferecer para mediar o conflito líbio. Porém Medvedev citou os números de baixas fornecidos pelo governo líbio durante uma reunião com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, o qual rebateu questionando como Moscou poderia aceitar as "mentiras" do coronel Kadafi sobre as baixas.
A Rússia lutou para chegar com uma abordagem coerente e unificada sobre a Líbia, com o próprio conselheiro de política externa de Medvedev admitindo que "não acreditamos que Kadafi está pronto para negociações". Medvedev também retirou o embaixador russo na Líbia algumas horas antes da votação no CS da ONU. Ao mesmo tempo, Prikhodko defendeu a decisão russa de se abster, notando que "nós sabíamos em que coisa iríamos nos envolver". As informações são da Dow Jones.
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