02 de julho de 2021 | 12h00
MOSCOU - O governo russo excluiu nesta sexta-feira, 2, a possibilidade de decretar o confinamento da população para conter o avanço da covid-19 no país, que registrou 679 mortes pela doença nas últimas 24 horas.
Esse é o quarto dia seguido com recorde de óbitos no país, que está seriamente afetado pela variante Delta.
Enquanto Putin se opõe à vacinação obrigatória contra a covid-19, Rússia tem novo recorde de mortes
De acordo com dados governamentais, a Rússia registou 23.218 novos casos num dia, o número mais elevado desde meados de janeiro.
Apesar disso, o Kremlin descartou por enquanto a ideia de confinamento.
"Ninguém quer o confinamento" e a ideia de o aplicar "não foi discutida. Para que isto não aconteça, devemos todos ser vacinados o mais rapidamente possível", disse à imprensa o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
O aumento das infecções já levou o presidente russo, Vladimir Putin, a instar os cidadãos a serem vacinados num discurso televisivo na última quarta-feira. No entanto, a autoridade máxima do país disse ser contra a vacinação obrigatória.
Apesar dos registros negativos, as autoridades russas mantiveram a organização de eventos de massas, como é o caso do Eurocopa em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, onde uma partida das quartas de final, entre Espanha e Suíça, será disputada nesta sexta-feira.
São Petersburgo registrou 101 mortes em decorrência do novo coronavírus nas últimas 24h, um pouco menos do que o número recorde de 119 mortes por dia registrado esta semana.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que a variante Delta, que surgiu pela primeira vez na Índia, é responsável por 90% dos novos casos na capital russa. A cidade, que é o principal foco da doença, registrou 112 mortes nas últimas 24 horas.
No país como um todo, a pandemia infectou mais de 5,5 milhões de pessoas e vitimou outras 136.565 desde o seu início, de acordo com números oficiais.
A agência de estatística Rosstat, que tem uma definição mais ampla de mortes causadas pelo coronavírus, contabilizou 270.000 mortes no final de abril./ AFP
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