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Rússia diz que CS não tem posição definida sobre Irã

País advertiu que forças globais não chegaram a um acordo sobre o que fazer caso o programa nuclear iraniano seja encaminhado ao Conselho de Segurança da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de exterior russo, Sergey Lavrov, refletindo sobre a pressão ocidental para que sejam impostas sanções contr o Irã já na próxima semana, avisou que o envio do caso iraniano ao Conselho de Segurança da ONU levaria a um aumento contínuo da crise. "Não há uma estratégia discutida e aprovada coletivamente sobre o que faremos no Conselho de Segurança, caso a questão chegue até lá", disse ele em entrevista nesta sexta-feira. Ele salientou que, embora países europeus afirmem que a força não deve ser usada, os Estados Unidos afirmam que nenhuma alternativa deve ser excluída. "Eu sei como o Conselho funciona. Você começa com um pequeno aviso, depois uma requisição, depois uma exigência, depois uma ameaça. O processo torna-se uma função auto-impulsionada". A Rússia, que tem fortes laços comerciais e políticos com Teerã, tentou fazer um acordo para diminuir as preocupações ocidentais de que o Irã está procurando construir armas nucleares, mas sua oferta para a criação de uma empreitada comum para enriquecer urânio em território russo encontrou obstáculos na recusa iraniana de encerrar seu programa de enriquecimento. Lavrov disse que ainda há uma chance de negociar com Teerã antes da reunião da Agência Internacional de Energia Atômica, na segunda-feira, em Viena. A reunião decidirá se o caso iraniano deverá ser encaminhado para o Conselho. A Rússia é um membro com poder de veto, que pode bloquear possíveis sanções contra o país. O negociador iraniano, Ali Larijani, insistiu nesta quinta-feira que as conversas bilaterais sobre a oferta russa devem continuar, e avisou que o envio do caso ao Conselho "mataria" a iniciativa de Moscou. O Conselho para Políticas Estrangeiras e de Defesa russo afirma em seu último relatório que o Irã provavelmente irá obter armas nucleares em menos de cinco anos e adverte que isso encorajaria a Arábia Saudita e o Egito a fazerem o mesmo.

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