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Rússia diz que não apoiará sanções ´excessivas´ contra o Irã

Ministro russo nega que Moscou tenha cancelado entrega de combustível nuclear para o funcionamento de usina iraniana se o país não aceitasse exigências da ONU

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rússia não apoiará sanções "excessivas" contra o governo do Irã, assegurou nesta quarta-feira, 21, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. O aviso do chanceler russo vem à tona em um momento no qual o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) considera a imposição de sanções mais rigorosas contra Teerã por causa de seu programa de enriquecimento de urânio. Lavrov também negou que Moscou tenha comunicado a Teerã que não entregaria o combustível nuclear para o funcionamento da usina atômica de Bushehr se o governo iraniano não atendesse às exigências do CS da ONU. "Não existe nenhuma espécie de conexão entre a resolução da ONU e a implementação do projeto em Bushehr", assegurou Lavrov perante a Duma, câmara baixa do Parlamento russo. Sob condição de anonimato, diplomatas americanos e europeus asseguraram que a Rússia teria avisado ao Irã que não embarcaria o combustível nuclear enquanto Teerã não congelasse seu programa de enriquecimento de urânio. "Não é a primeira vez que vemos ações inescrupulosas como essa com o objetivo de provocar desavenças entre nós e o Irã", disse o chanceler russo. Lavrov manteve ainda que a Rússia "não apoiará sanções excessivas contra o Irã" e acrescentou que a linguagem do projeto de resolução foi amenizada por pressão de Moscou. A Rússia informou recentemente que o envio do combustível nuclear para uso em Bushehr foi adiado por suposta falta de cumprimento dos compromissos financeiros por parte de Teerã. O Irã nega que os pagamentos estejam atrasados e acusa Moscou de ter cedido à pressão americana para que adote uma postura mais rigorosa contra a república islâmica. O enriquecimento de urânio é um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas. Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.

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