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Rússia e Cuba buscam ''parceria estratégica''

Visita é a primeira de um líder cubano a Moscou desde a Guerra Fria

Por AFP E REUTERS
Atualização:

O presidente cubano, Raúl Castro, assinou ontem em Moscou um conjunto de acordos econômicos bilaterais com a Rússia durante o encontro que marcou a primeira visita de um líder cubano ao Kremlin desde o colapso da União Soviética, em 1991. A visita de Raúl, planejada para terminar na quarta-feira, eleva as relações entre Havana e Moscou "a um nível de parceria estratégica", segundo o presidente russo, Dmitri Medvedev. A retomada da cooperação entre os dois países também coincide com o interesse russo em expandir sua influência na América Latina por meio de ações diplomáticas, acordos econômicos e exercícios militares conjuntos, como os realizados em novembro do ano passado entre as marinhas da Venezuelana e da Rússia. Para Medvedev, a visita de Raúl "abriu uma nova página na história das relações" entre os dois países. "Nós somos velhos amigos", disse Raúl. "Nos conhecemos nos bons e nos maus momentos, que é quando você realmente reconhece os melhores amigos". O presidente cubano disse ainda que é um dever do seu governo "tomar as medidas apropriadas para uma consolidação constante, serena e irrefreável das relações entre os dois países em todos os aspectos". No encontro de ontem, não foram divulgadas informações sobre acordos na área militar. Ao ser questionado por um jornalista sobre essa possibilidade, o vice-premiê russo, Igor Sechin, limitou-se a dizer - "Por que você está interessado nisso?" Os novos acordos preveem o envio de 25 mil toneladas de grãos da Rússia para Cuba, além da abertura de uma linha de financiamento de US$ 20 milhões para compras nas áreas de energia, construção e maquinário agrícola. Cuba poderá negociar ainda a compra de aviões civis russos modelo Tupolev 204, além de usar parcerias comerciais entre a companhia aérea estatal Cubana de Aviación e a russa Aeroflot. Em troca, a Rússia poderia explorar petróleo na costa cubana.

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