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Russia e EUA discutem escudo antimísseis

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas russos e americanos começaram hoje a discutir sobre o projeto da atual administração dos EUA de denunciar o tratado ABM, de 1972, e desenvolver um sistema nacional de defesa antimísseis, como parte da campanha de Washington para convencer o mundo de que não pretende iniciar uma nova corrida armamentista. A delegação de alto nível americana, liderada pelo subsecretário da Defesa, Paul Wolfowitz, reuniu-se na sede da Chancelaria russa com uma comissão interministerial especialmente criada para definir a reação do Kremlin diante do sistema de defesa antimísseis proposto pelo presidente americano George W. Bush. Stephen Hadley, um assessor de Segurança Nacional dos EUA, disse após o primeiro encontro que o fato de as duas partes estarem conversando era sinal de progresso. Ele disse que os representantes americanos "levaram adiante e elaboraram alguns dos pontos destacados pelo presidente". Bush falou sobre seus planos de construir um escudo antimísseis na semana passada. "O lado russo levantou algumas questões sérias e importantes", disse Hadley. "Começamos a dar algumas respostas a essas questões". Mas Alexander Yakovenko, um porta-voz da Chancelaria russa, disse que o encontro despertou mais perguntas do que respostas. "O lado americano falhou bastante em dar argumentos convincentes, capazes de perusadir-nos de que há uma clara visão sobre como conduzir os temas de segurança internacional sem romper o controle de armas que foi estabelecido nos últimos 30 anos", disse Yakovenko. Mais cedo, um destacado legislador russo havia dito que o Kremlin poderia ser flexível em sua resposta às propostas de Bush. Ele disse à rádio Ekho Moskvy que "não vamos ranger os dentes, opondo-nos ao NMD (sigla em inglês do escudo antimísseis)", disse Vladimir Lukin, um porta-voz do Parlamento e ex-embaixador em Washington. Em visita à Finlândia, o chanceler russo Igor Ivanov disse que Moscou estava otimista sobre as conversações bilaterais russo-americanas, e expressou a esperança de que outros países sejam consultados sobre o tema do escudo antimísseis.

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