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Rússia e ex-líderes mundiais dão último adeus a Yeltsin

Gorbachev também prestou tributo a ex-presidente russo, que já foi enterrado

Por Agencia Estado
Atualização:

A Rússia se despediu nesta quarta-feira, 25, do ex-presidente Boris Yeltsin, morto na última segunda-feira por insuficiência cardíaca. A cerimônia contou até com a participação de um de seus maiores desafetos, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev. Naina, a viúva de Yeltsin, e suas duas filhas, Tatyana e Yelena, estavam sentadas ao lado do caixão aberto, e eram cumprimentadas por políticos russos e autoridades estrangeiras que passavam pelo local. O corpo de Yeltsin foi enterrado em seguida, em uma cerimônia que contou com a presença de vários líderes de outros países. Yeltsin deixou Gorbachev sem cargo quando desmantelou a União Soviética, marcando anos de inimizade. Mas Gorbachev, de terno preto, beijou Naina e disse palavras de condolências ao apertar a mão de Yelena. Gorbachev, que promoveu Yeltsin de sua base nos montes Urais para uma alto posto em Moscou, fez a homenagem, mas disse também que o rival cometeu muitos erros. "Um destino trágico", afirmou. Na catedral do Cristo Salvador - explodida por Josef Stalin e reconstruída no governo de Yeltsin como símbolo da renovação nacional - um coro cantava salvos e soldados do regimento do Kremlin guardavam o caixão. Antes de as portas serem fechadas para o funeral oficial, a pessoas que estavam no local para se despedir fizeram fila para colocar flores no caixão. Yeltsin morreu de parada cardíaca na segunda-feira, aos 76 anos. Enterro Yeltsin não será enterrado ao lado de ex-líderes do Kremlin na Praça Vermelha, mas sim no cemitério Novodevichye, junto com atores, escritores e artistas. Os ex-presidentes dos Estados Unidos Bill Clinton e George H. Bush, pai do atual mandatário americano, participaram do funeral. Clinton teve uma boa relação pessoal com Yeltsin nos anos 1990. O presidente russo, Vladimir Putin, também passou pela catedral para o funeral. O bilionário Roman Abramovich, dono do time de futebol inglês Chelsea, foi outra personalidade presente. Figura controversa Muitos russos culpam Yeltsin por ter acabado com o status de superpotência do país, pela guerra desastrosa na Chechênia, pelas reformas que pulverizaram as reservas dos cidadãos e por favorecimento a alguns poucos empresários. Nos seus últimos anos no cargo, problemas cardíacos e os relatos de que ele consumia muito álcool tornaram Yeltsin uma figura distante, e com tendência a cometer gafes. Antes, entretanto, ele foi considerado herói no mundo inteiro ao assumir o governo e em 1991, quando subiu em um tanque para dirigir a multidão contra líderes golpistas que queriam acabar com as reformas.

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