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Rússia e Grécia não queriam Milosevic extraditado

Por Agencia Estado
Atualização:

A maioria dos países ocidentais, encabeçados pelos Estados Unidos e União Européia, apoiou a extradição do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic para o tribunal de crimes de guerra de Haia (Holanda), embora Rússia e Grécia tenham criticado a medida. Autoridades de vários países concordam também com a possibilidade de a extradição do ex-ditador ampliar as promessas de ajuda financeira à Iugoslávia, principalmente às vésperas de uma conferência sobre o tema que será realizada em Bruxelas. Por outro lado, a extradição de Milosevic foi criticada pela Rússia, cujo parlamento emitiu um pedido para que ele não fosse extraditado. Em Atenas, os deputados gregos reunidos em sessão extraordinária também se opuseram à extradição. Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que a nação dos Bálcãs deseja superar "seu passado trágico e avançar em direção a um futuro brilhante". "A transferência de Milosevic para Haia é uma mensagem certeira para aqueles que levaram a tragédia e a brutalidade aos Bálcãs, a mensagem de que serão responsabilizados por seus crimes", afirmou Bush em uma declaração difundida pela Casa Branca. Em Bruxelas, a Otan afirmou que a extradição de Milosevic foi "uma decisão acertada". O porta-voz da organização atlântica, Robert Psczel, disse tratar-se de "uma boa notícia amplamente esperada". A Otan bombardeou durante 78 dias de 1999 a Iugoslávia, as tropas e as instalações de Milosevic. Em Pristina, capital da província iugoslava de Kosovo, os comentários da população foram favoráveis ao envio de Milosevic a Haia. "A justiça é um pouco lenta, mas acaba sempre chegando", disse o albano-kosovar Agim Isaku, que sobreviveu à cruel repressão lançada pelos soldados de Milosevic em 1999 contra a província.

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