
09 de abril de 2010 | 07h49
Sob ecos da disputa geopolítica entre Rússia e EUA na Ásia Central, a oposição do Quirguistão anunciou na quinta-feira, 8, a formação de um gabinete interino, um dia após derrubar o governo com grandes manifestações em todo país. O novo comando quirguiz agradeceu à Rússia pelo "apoio significativo" e Moscou foi o primeiro país a reconhecer a mudança em Bishkek. Autoridades de facto quirguizes já falam em retirar a base dos EUA do país.
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A capital do Quirguistão amanheceu com carros em chamas e sinais de saques. O presidente deposto, Kurbanbek Bakiyev, que está refugiado na cidade de Osh, sul do país, disse que não renunciará e ofereceu "dialogar". O novo governo garante ter conseguido a adesão de todas as forças de segurança do país.
Em Praga, um alto funcionário russo disse que Bakiyev não havia cumprido sua promessa de fechar a base americana no Quirguistão. Segundo a autoridade, que pediu anonimato, só deve haver no território da ex-república soviética uma base - e russa.
Roza Otunbayeva, autoproclamada líder interina do Quirguistão pelos próximos seis meses, disse ter telefonado ao premiê russo, Vladimir Putin, logo após assumir. Segundo ela, o homem forte de Moscou teria perguntado como poderia ajudar. "Meu vice e o antigo chanceler irão à Rússia e formularemos uma lista com nossas necessidades", disse Roza.
Na quarta-feira, enquanto a oposição em Bishkek tomava prédios públicos após choques que deixaram 75 mortos, Putin havia negado qualquer envolvimento russo nos distúrbios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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